Pelos olhos e lentes das mulheres
A segunda quinzena de agosto reserva o lançamento de um projeto curioso sobre o espírito feminino. O “Olhares sobre Lilith” será o desdobramento, no formato audiovisual, do livro “As Filhas de Lilith”, de Cida Pedrosa, publicado em 2009. Coordenado por Tuca Siqueira e Alice Gouveia, o projeto reúne outras 21 realizadoras que já estão transformando cada um dos 26 poemas do livro de Cida […]
Por Luiz Joaquim | 18.03.2011 (sexta-feira)
A segunda quinzena de agosto reserva o lançamento de um projeto curioso sobre o espírito feminino. O “Olhares sobre Lilith” será o desdobramento, no formato audiovisual, do livro “As Filhas de Lilith”, de Cida Pedrosa, publicado em 2009. Coordenado por Tuca Siqueira e Alice Gouveia, o projeto reúne outras 21 realizadoras que já estão transformando cada um dos 26 poemas do livro de Cida (todos com nome de mulher, dispostos em ordem alfabética) em curtas-metragens entre 1 e 3 minutos.
“Antes, Tuca já havia transformado um emblemático poema meu, o ‘Milena’, em videopoema”, lembra Cida. “O plano de efetivar este trabalho a partir do livro de Cida ganhou força em conversas com Alice, cujo mestrado se debruça sobre a questão do gênero no cinema”, diz Tuca. “O bom em ‘Olhares sobre Lilith’ é a total liberdade de experimentações que a poesia de Cida e ela mesma nos permitem”, ressalta Alice.
O plano é, ao final de maio, com todos os curtas concluídos, pensar numa instalação (em espaço em Olinda ainda em negociação) no qual os 26 trabalhos exibissem simultaneamente. “Alguns já estão prontos, outros rodando e alguns em pré-produção. E o legal é que são diversas formas de expressão. Há animação, documentário, experimental, alguns feitos apenas com fotografia e por aí vai”, adianta Alice.
Além de Alice e Tuca (cada uma dirigindo dois curtas), estão no projeto Andréa Ferraz, Alice Chitunda, Cynthia Falcão, Clara Angélica, Camila Nascimento, Cecília Araujo, Débora Brennand, Eva Jofilsan, Geórgia Alves, Hanna Godoy, Kátia Mesel, Luci Alcântara, Mariana Porto, Mariane Bigio, Mannuela Costa, Manuela Piame, Maria Pessoa, Mariana Lacerda, Marcia Mansur, Paula Pessoa de Melo, Silvana Macedo, Séphora Silva, Sandra Ribeiro.
No meio de tantas moças, há um intruso masculino. É o escritor Marcelino Freire, que deve fazer um prólogo sobre o trabalho. “O trabalho de Marcelino tem muitas interfaces com a música, o cinema, outras artes em geral. Ele também deve articular a itinerância do ‘Olhares sobre Lilith’ para a ‘Balada Literária’, que acontece em São Paulo todo novembro”, adianta Cida.
Tuca lembra que o número de nomes femininos pensados para o projeto ultrapassou os 26 poemas de Cida, no mínimo, em oito mulheres que poderiam participar. E foram convidadas: “Gente como Isabela Cribari, Tarciana Portella, Renata Pinheiro, Germana Pereira, por exemplo, eram possibilidades que não se concretizaram por estarem envolvidas em outros trabalhos pessoais”, diz.
É conclui: “O sentimento é o de um exercício coletivo. Uma oportunidade para todas essas mulheres, normalmente envolvidas com projetos institucionais para pagar as contas, poderem se desligar do mercado e criar com mais liberdade. O resultado ainda está na expectativa, mas já há uma satisfação generalizada entre aquelas que envolvidas”.
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