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Festivais

Sexo sem Compromisso

Ela não quer carinho; ele oferece mesmo assim

Por Luiz Joaquim | 18.03.2011 (sexta-feira)

O poster de “Sexo sem Compromisso” (No Strings Attached, EUA, 2011), hoje em cartaz, parece uma publicidade do Ministério da Saúde pro uso de camisinhas, aditivado com estrelas hollywoodianas, no caso a oscarizada Nathalie Portman e o eterno meninão Ashton Kutcher. E, assim como numa propaganda de preservativo, na qual o amor não é levado em conta, mas sim o sexo, esta nova comédia romântica do veterano diretor Ivan Reitman não é engraçada e passa longe do romantismo.

Não que a tentativa no filme seja o de estimular o sexo sem compromisso, pelo contrário, o roteiro de Elizabeth Meriwether quer é mostrar que mesmo com dois amigos que fazem sexo regularmente sem nenhum comprometimento sentimental eles, a alguma altura, se apaixonarão.

E os próprios Adam (Kutcher) e Emma (Portman) já ponderam sobre este destino para o qual serão levados nessa brincadeira. “Isso não dá certo, um dos dois vai se apaixonar”, diz o produtor de TV Adam ao receber a proposta da doutora Emma. É como se o espectador escutasse dos próprios protagonistas o final do filme.
Assim sendo, o processo até chegar lá deveria ser o melhor de “Sexo sem Compromisso”. Mas não é. Uma vez colocada a situação do casal, determinada nos 15 primeiros minutos do filme, o que se segue é uma sequência de ciúmes e desejos dissimulados e o invariável medo do envolvimento emocional próprio das comédias ‘made in USA’. Tudo isso mostrado sem a menor espirituosidade.

Há, ainda, outro problema. Portman e Kutcher não funcionam. Ela é talentosa, mas parece perdida neste personagem raso e não convincente. Ele… bem, ele parece ainda estar no mesmo personagem que o lançou no cinema, há 11 anos, em “Cara, Cadê meu Carro?”.

Se salva a participação de Kevin Kline, como o pai de Adam, que vive da fama como astro de uma antiga série de TV e tenta manter-se jovem a todo custo (inclusive namorando a ex- do filho); e ainda a presença de Lake Bell (que já contracenou com Kutcher em “Jogos de Amor em Las Vegas”, 2008). Bell vive uma colega de Adam na TV, apaixonada por ele e absolutamente neurótica em tudo o que faz. É dela talvez a única situação interessante do filme, quando eles finalmente vão se beijar. Interessante, não engraçada.

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