Ausência de Nelson
Câmera clara 240
Por Luiz Joaquim | 04.04.2011 (segunda-feira)
Quinta-feira passada, estivemos debatendo o filme “Rio 40 Graus” (1955), de Nelson Pereira dos Santos, 82 anos, no Cineclube Revezes da Universidade Católica de Pernambuco. A exibição do filme, por um cópia em DVD a partir de um VHS lançando nos anos1980 pela extinta Manchete Vídeo, despertou um incômodo antigo não só deste articulista que aqui escreve, mas de qualquer pessoa que preza e reconhece o valor das cerca de duas dezenas de longas-metragens que Nelson Pereira realizou num período de cinco décadas. O incôdo diz respeito a dificuldade em encontrar estes títulos disponíveis no mercado de home-video. Com excessão de seu mais recente trabalho, “Brasília 18%” (2006), o que temos é um deserto de possibilidades. Nos anos 1980, a citada distribuidora filiada à rede de TV carioca lançou alguns desses títulos. Além de “Rio 40 Graus”, vieram também “Rio Zona Norte” (1957), “Jubiabá” (1986) e a obra de arte “Vidas Secas” (1964). Daí termos em alguns sites da internet o arquivo destes filmes digitalizado e postados por alguns abnegados. Mas… e maravilhas como “Boca de Ouro” (1963), ou “Como Era Gostoso o Meu Francês” (1971), “O Amuleto de Ogum” (1974), “Tenda dos Milagres” (1977), “Memórias do Cárcere” (1984), e mesmo os mais novos como “A Terceira Margem do Rio” (1994) e “Cinema de Lágrimas” (1995)? Como se faz para acessar obras como estas (e outras) de Nelson Pereira, fundamentais à filmografia brasileira? Há um par de anos, escutamos que o cineasta está trabalhando na restauração de seus filmes para lançá-los digitalmente no mercado. Não temos atualização desta informação, mas nada impede que rezemos para que a notícia fortifique-se para o bem.
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Anim!Arte
Estão abertas, até amanhã, as inscrições para participar do “Anim!Arte 2011: 10º Festival Brasileiro Estudantil de Animação”, que ocorre de 29 de abril a 08 de maio no Espaço Cultural Eletrobras Furnas (Rio de Janeiro). Os prêmios variam entre R$ 3 mil (categoria universitário), R$ 2 mil (ensino médio/fundamental) e R$ 500 (profissionais/ não estudantes). O regulamento e formulário de inscrição estão em (www.vouanimarte.com.br).
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Invasão
Araras gringas invadem as salas de cinema no Brasil na próxima sexta-feira. ‘Invasão’ talvez seja o melhor termo para o que vai acontecer com a estreia da animação “Rio”. Serão 1000 salas passando o filme em território brasileiro, que conta com pouco mas de 2,3 mil salas. Isso significa que cerca de 43% de todos os nossos espaços de exibição estarão projetando o filme de Carlos Saldanha. É um recorde dentro do trabalho de lançamentos de filmes no Brasil. Mas não é para ter orgulho. Soa mais como um ofensa, se considerarmos quem está no outra ponta do barbante: o pequeno produtor brasileiro, apertado em seu próprio mercado, e o espectador, que fica limitado em suas possibilidades de entretenimento.
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Inusitado
A revista eletrônica norte-americana “Total Film” (www.totalfilm.com) brinca dizendo que “provavelmente eles deverão formar o casal mais bizarro do cinema”. Falam de Steve Carrell (“O Virgem de 40 Anos”) e Keira Knightly (“Piratas do Caribe”) que vão aparecer juntos no, ainda em produção “Seeking a Friend for the End of the World” (‘Em busca de um amigo para o fim do mundo’). Situado nos últimos dias da existência humana, o filme mostra Carell dirigindo pelos estados norte-americanos para passar seus preciosos últimos momentos. Knightly, por sua vez, será a vizinha de Carell que o acompanha na trilha, e por fim se apaixonam.
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