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Festivais

15° Cine-PE (2011) – dia 6

Um campeão de bilheteria de volta à multidão

Por Luiz Joaquim | 05.05.2011 (quinta-feira)

Fauzi Mansur, 70 anos, é certamento o primeiro cineasta que frequenta o Cine-PE Festival do Audiovisual cujo gigantismo da platéia para uma única sessão não será exatamente uma novidade. Nos anos 1970, durante o auge da pornochanchada, seu maior sucesso de bilheteria, “O Inseto do Amor” (1980), fez em apenas uma sala e só no dia da estreia, o número de 16 mil espectadores, sendo a estimativa total de bilheteria somada em seis milhões de pagantes. “É claro que os tempos eram outros. Aquela sala tinha 2.700 mil lugares (o Teatro Guararapes possui 2.371) e eram sete sessões por dia”, contou o diretor por telefone, ainda em São Paulo e ansioso para chegar ao Recife.

Com uma distância de mais de 20 anos desde seu trabalho anterior, as obras de terror “Ritual de Morte” e “Atração Satânica” (ambos de 1990), Mansur lança hoje “Casamento Brasileiro”, o sexto e último longa-metragem em competição no 15º Cine-PE. Rodado nas cercanias de Mauá e descendo para o litoral paulista, a ideia para a ficção surgiu a partir de sua estada numa pousada em Ubatuba (SP). “Tive bastante contato um grupo de casamenteiros de cerimônias coletivas, e descobri que eles têm leis próprias. O casamenteiro, por exemplo, é proibido de namorar alguma moça do grupo em que trabalha, unindo cerca de 80 a 200 casais por cerimônia”.

No roteiro desenvolvido por Marcos Lazarini é exatamente esse amor proibido protagonizado entre Alan Pierrot (Nelson Freitas) e a interiorana Rosa (Nívea Stelman) que conduz o drama. Na verdade, drama humorado. Um elemento que reforça esse humor é o personagem de Aramis Trindade, o Zé da Marreta. “Os casamenteiros são muito influentes nas cidades e o Zé da Marreta quer que o Pierrot o deixe atlético para conseguir uma noiva”, diverte-se Mansur.

Antes de “Casamento Brasileiro” será exibido o melhor programa de curtas-metragens desta edição do festival. Nele estão nada menos que três trabalhos pernambucanos: o medonho, elegante e intrigante “Mens Sana In Corpore Sano”, de Juliano Dornelles, o explosivamente político “Acercadacana”, de Felipe Peres Calheiros (eleito melhor curta no Festival de Brasília 2010), e o reflexivo “Peixe Pequeno”, de Vincent Carelli e Altair Paixão. Exibem ainda “O Rio e Eu” (PR), de Diego Lopes e Cláudio Bitencourt; a tocante animação sobre a solidão em “O Céu no Andar de Baixo” (MG), de Leonardo Cata Preta, e o delicado “Carreto” (BA), de Cláudio Marques e Marília Hughes, que é uma verdadeira ode à generosidade. A noite ainda conta com a homenagem a montadora pernambucana Vânia Debs.

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Atualização
Por conta da não exibiçâo do longa “Estamos Juntos”, de Toni Venturi, na noite de ontem (quarta, 4), a programação de hoje (quinta, 5) foi alterado conforme abaixo,

Com o evento agendado para iniciar pontualmente às 18h40.

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS E LONGAS-METRAGENS
Hora: 18h30 Local: Cine Teatro Guararapes – Centro de Convenções Acesso: Ingresso (Inteira R$8,00 / Meia R$4,00)

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS DIGITAIS
“Peixe Pequeno” (PE), Digital, Documentário, Direção: Vincent Carelli e Altair Paixão, 3’33”
“O Rio e Eu (PR), Digital, Ficção, Direção: Diego Lopes e Cláudio Bitencourt, 22’20”

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
“Estamos Juntos (SP), Ficção, 35mm, Direção: Toni Venturi, 95’

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS 35mm
“Carreto” (BA), 35 mm, Ficção, Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes, 12’

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
“Casamento Brasileiro” (SP), Digital, Ficção, Direção: Fauzi Mansur, 100’

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS 35mm
“Acercadacana”(PE), 35 mm, Documentário, Direção: Felipe Peres Calheiros, 19’58”
“O Céu no Andar de Baixo” (MG), 35 mm, Animação, Direção: Leonardo Cata Preta, 15’
“Mens Sana In Corpore Sano” (PE), 35 mm, Ficção, Direção: Juliano Dornelles, 20’

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