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Festivais

15o CinePE (2011) – Pelé

Todas as luzes sobre o Rei

Por Luiz Joaquim | 02.05.2011 (segunda-feira)

Nunca, na história de seus 15 anos, o Cine-PE: Festival do Audiovisual precisou administrar uma coletiva de imprensa tão disputada como a de ontem (domingo, 1° de maio) pela manhã no hotel Golden Tulip Recife Palace com a presença de Pelé. Figura, como lembrou o diretor do festival, Alfredo Bertini, que é o principal homenageado desta edição.

A primeira informação dada pelo Rei do Futebol foi reforçar sua gratidão pela recepção calorosa de sábado no Cineteatro Guararapes. “Quem me conhece um pouco sabe como sou chorão, e precisei me segurar ontem (anteontem, 30-abril) pra não cair no choro”, lembrou sorrindo.

Cercado por dezenas de câmeras interessadas em ouvir o jogador falar tanto de cinema quanto de futebol, a entrevista, de 40 minutos, seguiu inteira alternando-se com perguntas ora sobre as preferências do ídolo com os filmes e atuais atores do cinema brasileiro, ora sobre as novas regras do futebol para que volte a ser um espetáculo, como era no seu tempo.

Para a primeira pergunta, Pelé, um confesso fã da telenovela brasileira, lembrou que as tantas viagens não lhe permitem ir ao cinema, mas admira a nova geração de atores, lembrando, em particular, Lázaro Ramos. E não esqueceu dos ídolos da infância, quando moleque em Bauru, época em que assistia Ankito, Mazzaropi e Gronde Otelo nos cinemas da cidade.

Para a segunda questão, o homenageado soltou-se mais nas respostas para falar no que é especialista. Pelé disse que como integrante da comissão da Fifa, e junto a Beckenbauer e Platini, discute bastante sobre algumas mudanças de regra no futebol.

Relativizou as novas idéias sobre dois árbitros no campo, do árbitro atrás do gol, do chip na bola, de bater a falta na lateral com o pé, e ter de bater uma falta com uma barreira a frente, quando a falta foi cometida no último homem. Para o último exemplo, o Rei, levantou prometendo uma performance para exemplificar, o que provocou um bom alvoroço na coletiva.

Sobre a relação do cinema com o futebol, Pelé provocou dizendo que o governo brasileiro teria uma dívida enorme com o cinema e a música mas, principalmente, com o futebol pelo que a arte e este esporte fez pela imagem do Pais no exterior. Emendou revelando que as imagens mais marcantes que lembra de sua carreira são a da bandeira brasileira tremulando na Suécia em 1958, e quando fez seu milésimo gol em 1969.

“Na época, chamei atenção dos políticos a respeito de educação para as crianças. Acharam estranho, mas talvez tivéssemos menos bandidos hoje se eles tivessem me escutado”, encerrou, para logo na despedida, ser cercado pela dezenas de cåmeras e jornalistas, numa marcação mais difícil de driblar que as do campo de futebol.

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