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Festivais

64º Cannes (2011) – abertura

Woody Allen abre o 64º Festival de Cannes

Por Luiz Joaquim | 11.05.2011 (quarta-feira)

Por aqui (Recife) acabamos de ver o bolo do Cine-PE e, a partir de hoje (até 20 de maio), o mundo verá o início do mais importante festival de cinema. A 64ª edição do Festival de Cannes abre à noite com “Midnight in Paris”, novo filme de Woody Allen estrelado por Owen Wilson e a primeira dama da França, Carla Bruni. A organização do festival adianta que, em seu 41º filme, Allen faz “uma obra na qual aprofunda as questões colocadas nos seus últimos trabalhos: a nossa relação com a história, a arte, o prazer e a vida”. Um das novidades que a edição 2011 traz é a regularidade da Palma de Ouro de Honra. Ainda na noite de hoje, o diretor Bernardo Bertolucci recebe este troféu.

Segundo o presidente Gilles Jacob e o delegado geral Thierry Frémaux, Bertolluci merece a honraria pela “qualidade da obra dele, que se revela hoje em dia em toda a sua singularidade e cuja amplitude nos chega cada vez mais intacta, a força do seu compromisso a favor do cinema e as ligações que o unem a Cannes fazem dele um primeiro receptor legítimo”. O troféu já foi concedido por outras ocasiões – a Woody Allen, em 2002, e a Clint Eastwood, em 2009 -, mas agora passa a fazer parte da agenda anual do festival. Ainda dentro do contexto de homenagens, o ator Jean-Paul Belmondo será celebrado amanhã com a projeção do documentário “Belmondo, Itineraire…”, de Vincent Perrot et Jeff Domenech.

Mas o que interessa mesmo ao mundo é a mostra competitiva que, em seus 20 longas-metragens em disputa, permearão a imaginação de cinéfilos pelo mundo até o momento de suas estreias no circuito comercial. Esta vitrine de escala mundial dividiu-se, já há alguns anos, entre chamar a atenção para o novo trabalho de alguns medalhões, mas também aponta novas tendências e novos nomes, ou ao menos, os coloca no circuito comercial graças ao carimbo da Palma de Ouro. O selo encurta seu caminho aos cinemas – vide “Tio Boonmee que Pode Recordar suas Vidas Passadas”, de Apichatpong Weerasethakul; cineasta tailandês que finalmente teve um filme oficialmente distribuído no Brasil.

Entre os nomes conhecidos estão o italiano Nanni Moretti com “Habemus Papam”, sobre uma crise bem particular do novo Papa eleito pelo conclave; o sanguinolento japonês Takashi Miike, com “Ichimei” (A Morte de Um Samurai), sobre um samurai que decide morrer com dignidade por um suicídio; Pedro Almodóvar, com “La Piel que Habito”, que volta a dirigir Antônio Banderas, fala sobre um médico obcecado em criar uma nova pele que poderia ter salvado sua esposa da morte, vítima de um acidente de carro.

Já os irmãos Luc e Pierre Dardenne vêm com “Le Gamin au Velo”, sobre um garoto de 11 anos que foge do orfanato em busca de seu pai; Lars Von Trier, com “Melancolia”, sobre a conversa de um jovem casal, na casa de uma irmã e seu cunhado, enquanto o planeta Melancolia está vindo de encontro a Terra; e o americano Terrence Malick, com “A Árvore da Vida’, estrelado por Brad Pitt e Sean Penn, sobre a vida de um garoto que cresce no Texas dos anos 1950, sob a tutela de um pai autoritário, obcecado pelo êxito, e uma mãe terna. O presidente do júri oficial este ano é encabeçado por Robert De Niro.

Do Brasil, as expectativas giram, principalmente, em torno de duas participações. Uma está na mostra “Un Certain Regard”. É “Trabalhar Cansa”, produção paulista de Juliana Rojas e Marco Dutra, produzido pela Dezenove Filmes. A dupla já é conhecida na croisette francesa pelos curtas “O Lencol Branco” (mostra ‘Cinefondation’ 2004) e “Um Ramo” (na Semana da Crítica, 2007) – lança agora seu primeiro longa-metragem. Fala de uma dona de casa que resolve abrir um minimercado, mas quando seu marido perder o emprego, estranhos acontecimentos tomam conta do local, afetando o relacionamento do casal com a empregada doméstica. Na mostra, Juliana e Marco têm como concorrentes diretores do quilate de Gus Van Sant (“Restless”), Kim Ki-Duk (“Arirang”), Bruno Dumont (“Hors Satan”), e outros.

A outra expectativa fica com o novo filme de Karin Ainoüz. Baseado na música “Olhos nos olhos”, de Chico Buarque, o filme chama-se “Abismo Prateado”. É estrelado por Alessandra Negrini, como uma mulher que foi abandonada pelo marido. Será exibido na mostra “Quinzena dos Realizadores”. E na 50º Semana da Crítica, temos o curta mineiro “Permanências”, de Ricardo Alvez Júnior (já exibido no Recife pelo 3º Janela Internacional de Cinema do Recife, em novembro de 2010). Por fim, na mostra para estudantes de cinema, a “Cinefondation”, exibe “Duelo Antes da Noite”, de Alice Furtado, sobre um casal que percorre um percurso, juntos, até o ponto que mudará suas vidas para sempre.
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Competidores

“La Piel Que Habito” (The Skin that I Live In), directed by Pedro Almodovar
“L’Apollonide,” directed by Bertrand Bonello
“Drive,” directed by Nicolas Winding Refn
“Footnote,” directed by Joseph Cedar
“Ichimei” (Hara-Kiri: Death of a Samurai), directed by Takashi Miike
“Le Havre,” directed by Aki Kaurismäki
“Hanezu No Tsuki,” directed by Naomi Kawase
“The Kid With The Bike,” directed by Dardenne Brothers
“Melancholia,” directed by Lars Von Trier
“Michael,” directed by Markus Schleinzer (first film)
“Once Upon A Time in Anatolia,” directed by Nuri Bilge Ceylan
“Parter,” directed by Alain Cavalier
“Polisse,” directed by Maiwenn
“Sleeping Beauty,” directed by Julia Leigh
“La source des femmes,” directed by Radu Mihaileanu
“This Must Be The Place,” directed by Paolo Sorrentino
“The Tree of Life,” directed by Terrence Malick
“We Have a Pope,” directed by Nanni Moretti
“We Need To Talk About Kevin,” directed by Lynne Ramsay

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