Cinema dublado
Câmera clara 246
Por Luiz Joaquim | 23.05.2011 (segunda-feira)
A cultura do filme dublado (e não legendado) nas salas de cinema está intrísicamente vinculada à cultura e à economia do país que o exibe. Sabe-se que na Espanha e, particularmente na Itália, por exemplo, é raro encontrar uma sala com filmes do circuito comercial que sejam legendados. E não estamos falando de desenhos animados infantis, mas de todas as produções vindas dos EUA. Por lá, elas não “falam” inglês no cinema. Já no Brasil, a tradição era a da legenda, sempre. Ficando aquela dublagem esquisita restrita apenas aos desenhos para o espectador pequenino. Mesmo alguns filmes com indicação classificativa livre eram exibidos com legendas no Brasil. Um exemplo é “De Volta Para o Futuro” (1985), aqui na cidade lançado no extinto Cinema Veneza. A predominância das legendas reinou até meados dos anos 2000. De lá para cá, as majors (Warner, Fox, Paramount, Columbia, etc) têm se esforçado em dividir as cópias que enviam aos multiplex brasileiros em igual número de legendados e dublados. Uma possibilidade de interpretação para essa postura é a de que a faixa etária de frequentadores para o cinemão caiu. Hoje, massissamente, são os mais jovens que vão ao cinema. Outra leitura pode ser a de que, estes mesmos jovens estão mais despreparados, ou preguiçosos, para ler legendas no cinema. Uma preguiça que se extende na leitura de livros ou qualquer outro texto mais longo. Semana passada, enquanto um jovem olhava o cardápio das sessões do filme “Rio” em cartaz no UCI/Ribeiro, ele entendeu que a sessão seguinte seria legendada; daí exclamou ao amigo do lado: “Tá louco que vou ver um filme legendado!”. Me parece lamentável que seja assim. Assistir um filme com legendas não só o ajuda no aprendizado do idioma em questão, como o coloca em contato imediato com o mais íntimo aspecto cultural de um povo, o seu idioma. E esse contato só faz aumentar a compreensão do filme projetado na sua frente.
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Cine-PE nos EUA
Em meio às polêmicas da recente 15ª edição do Cine-PE, a Bertini Produções e Eventos Culturais e Esportivos (BPE) recebeu um reconhecimento internacional com o prêmio The Bizz Awards 2011, explica sua assessoria de imprensa. O prêmio foi concedido pela World Confederation Business, sediada em Huston, EUA. A justificativa da celebração foi assim justificada: “O mérito foi alcançado pela ‘excelência empresarial’ constatada no setor de produção de entretenimento, medido através de atributos como o empreendedorismo, a liderança de mercado, o sistema de gestão, a qualidade dos serviços oferecidos, a inovação, a criatividade, a inserção social e os resultados e projetos apresentados com sucesso no mercado”. Outras infos aqui (www.thebizz2011.com).
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Brilhante F. C.
A TV Brasil (no Recife retransmitido pelo canal 11, VHF) estreia hoje, às 19h, um programa para adolescentes sem os tratar como se tivessem limitações mentais, como outras emissoras costumam fazer. Trata-se de “Brilhante Futebol Clube”, série desenvolvida pela produtora Mixer. Os 13 episódios serão exibidos sempre na segunda-feira. Vai contar a história de cinco adolescentes que decidem formar o primeiro time de futebol feminino de Santa Rita do Sapucaí, cidade do interior de Minas Gerais. Lideradas por Rita, elas vão enfrentar dificuldades, brigas e ciúmes na jornada traçada até o grande objetivo: conquistar o caneco do Campeonato Regional de Futebol Feminino.
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Direitos Humanos
A 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina volta a acontecer, em 2011, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (entre 21 e 29 de outubro), e já estão abertas as inscrições (até 30/06) de filmes finalizados a partir de 2008 para análise da curadoria – de Francisco César Filho, o Xiquinho. O conteúdo deve contemplar aspectos relacionados aos direitos humanos. Não há restrições quanto à duração, gênero ou suporte de captação/finalização. Ficha de inscrição em (www.cinedireitoshumanos.org.br).
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