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Críticas

Os Agentes do Destino

Livre arbítrio custa caro

Por Luiz Joaquim | 13.05.2011 (sexta-feira)

Como é cativante e bem bolado o roteiro deste “Os Agentes do Destino” (The Adjustment Bureau, EUA, 2011), estreia na direção do roteirista George Nolfi (de “Doze Homens e Outros Segredos”, 2004, “O Ultimato Bourne”, 2007). Assim como estes dois filmes que roteirizou, o novo “Os Agentes…” também transcorre no clima de gato que caça rato, mas, no fundo é mesmo uma história de amor. O atraente, entretanto, é a circunstância de urgência criada para, apenas, colocar em destaque uma única questão, que vem a ser o seguinte: Para o caso de uma anular a outra, o que é mais importante, o sucesso profissional ou uma verdadeira relação amorosa.

É claro que a natureza superlativa de Hollywood exagera nas responsabilidades das carreiras que lograrão sucesso para o casal protagonista. Mas, se tivermos em mente que este é apenas um dispositivo do roteiro para incrementar a urgência e gerar correria, “Os Agentes…” torna-se um filme bastante cativante.

Ele é David (Matt Damon), um congressista de 30 anos que disputa um cargo no senado, podendo se tornar o mais jovem da história. Ela é Elise (Emily Blunt), uma bailarina em ascensão. Eles se conhecem por acaso (e “acaso” tem um sentido realmente forte neste filme). Acontece na mesma noite da apuração dos votos que revelou a derrota de David.

A conexão sentimental é imediata, mas o “destino” (outro sentido determinante aqui) não os permite que fiquem juntos em função de um bem maior para a humanidade. A questão é que, propõe Nolfi, nem David nem Elise sabem disso; e o congressista só descobre que não poderá continuar o romance pela falha de um dos “agentes do destino”. Eles são como anjos, que intervêm silenciosamente em nossas vidas para o que está já estava traçado siga corretamente até o fim.

Assim sendo, quando você derruba um café na roupa, ou perde um ônibus, esquece uma chave, não é um acidente, mas sim ação dos agentes para o ritmo da vida se ajustar. Apesar de acreditar nos anjos, David não aceita seu destino e insiste em despistá-lo para ficar com a mulher de sua vida. A certa altura ele pergunta ao Thompson (Terence Stamp), seu mais radical caçador: “Mas se está escrito que eu não deveria ficar com ela, por que eu sinto que deveria?”. Tai uma resposta que ninguém dá.

Uma informação que não podemos deixar de registrar. Nolfi adaptou o roteiro de “Os Agentes do Destino”, do livro de Philip K. Dick, mesmo autor de “Blade Runner: O Caçador de Andróides” e “Minority Report”.

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