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Críticas

Homens e Deuses

Fé contra fogo

Por Luiz Joaquim | 17.06.2011 (sexta-feira)

Entra em cartaz no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco “Homens e Deuses” (Des Hommes et Des Dieux, Fra., 2011), sem dúvida, um dos mais fortes filmes do ano. Dirigido por Xavier Beauvois, é inspirado no desaparecimento de monges franceses em 1996 na Argélia, o filme combina a postura das formalidades de um monastério com a realidade de um conflito terrorista islâmico em um não identificado país Árabe. Acaba por tornar-se um comovente retrato no qual a tolerância, sem o ranço do cristianismo, é o carro chefe aqui.

O filme mostra os sete religiosos vivendo em paz com a comunidade ao redor prestando, inclusive, alguns serviços comunitários, incluindo médicos. Mas, logo, um grupo radical islâmico surge querendo entrar no monastério para conseguir ajuda do medico dalí (Michael Lonsdale), além de pegar medicamentos. Encontra, na verdade, uma espécie de resistênca pacífica comandada pelo lider dos monges (Lambert Wilson), gerando assim um contrastes tocante de postura para uma mesma necessidade, que é a paz.

Além disso, há um vies politico pesado aqui. “Homens e Deuses” é intimamente ligado à cultura da França. Tendo levado milhões de franceses aos cinemas, o filme toca numa polêmica por acessar um assunto cruel ao histórico colonizador da Argélia. Outro mérito (e potência emotiva) do filme é saber nos mostrar a fé dos sete cristãos sem pieguices. O derradeiro discurso lido por Lambert, ao final do filme, é de fazer chorar, por sua capacidade humana de se entregar a humildade absoluta.

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