Morre Gustavo Dahl
Obituário
Por Luiz Joaquim | 27.06.2011 (segunda-feira)
Gustavo Dahl, cineasta, crítico e uma das principais cabeças que conhecia e pensava o cinema e o mercado cinematográfico brasileiro, faleceu domingo (26-jun), aos 73 anos, vítima de um infarto, em Trancoso, na Bahia.
Natural de Buenos Aires, Dahl chegou a trabalhar na Cinemateca Brasileira nos anos 1950 para depois ir morar na Europa. Quando voltou da Itália, onde estudou no Centro Experimental de Cinematografia de Roma, dirigiu três filmes no Brasil.
“O Bravo Guerreiro” (1968), sobre um cronista que percebe a inutilidade do que faz; “Uirá: Um Índio em Busca de Um Deus” (1972), a partir de um ensaio de Darcy Ribeiro sobre um índio que procura uma deusa em São Luiz do Maranhão, em 1939; e “Tensão no Rio” (1980-1982) -, com Dina Sfatt no elenco sendo substituída por Norma Bengell. A trama girava em torno de golpes numa república latinoamericana, Valdívia. O cineasta chegou a comparar “Tensão no Rio” com “Cidadão Kane”, o que gerou certa antipatia quando foi lançado no Festival de Gramado em 1984.
Mas foi entre o segundo e terceiro filme que Dahl ganhou maior projeção, quando esteve a frente da superintendência de comercialização da Embrafilme. Lá reformolou o setor de distribuição da estatal. Depois, presidiu a Associação Brasileira de Cineastas e, já nos anos 1980 tornou-se presidente do Concine.
Por ocasião da criação da Ancine, em 2002, foi escolhido para ser o diretor-presidente, onde ficou até 2006. Atualmente, ocupava o cargo de gerente do Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura – CTAV.
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