X-Men: Primeira Classe
Origem dos X-Men dá novo gás à franquia
Por Luiz Joaquim | 03.06.2011 (sexta-feira)
Uma primeira observação a fazer sobre este “X-Men: Primeira Classe” (X-Men: First Class, EUA, 2011), que chega hoje aos cinemas, diz respeito ao seu título mal adaptado ao Brasil. O “first class” do título original está mais para ‘primeira aula’, que traduz exatamente o espírito desta nova produção de Bryan Singer, o mesmo que dirigiu adaptou o primeiro “ X-Men” ao cinema em 2000 e sua sequência em 2003.
Isso porque, agora, sob direção (e co-roteirização) de Matthew Vaughn, o “Primeira Classe” oferece aos fãs dos mutantes criados por Stan Lee as minúcias sobre a origem do Charles Xavier antes de se tornar o Professor X (James McAvoy, de “O Último Rei da Escócia”), Magneto (Michael Fassbender), e seus primeiros alunos – Mística (Jennifer Lawrence), Fera (Nicholas Hoult), Angel (Zoe Kravitz, a filha de Lenny Kravitz), Darwin (Edi Gathegi) e Banshee (Caleb Landry Jones). Todos com o objetivo de combater o nazista com poderes de concentrar energia, Sebastian Shaw (Kevin Bacon, divertindo-se).
A nova aventura dá novo gás à franquia e, numa primeira reflexão poderíamos dizer que a velha fórmula de mostrar os herói descobrindo seus super-poderes, meio desengonçados no início e vibrando ao dominá-los, seria o principal aditivo aqui. Mas não. Este “Primeira Classe” vai além e enreda uma trama não apenas curiosa particularmente por vir impregnada por fatos históricos – como a tirania nazista, o princípio da Guerra Fria nos anos 1960 -, e também por oferecer efeitos especiais de arregalar os olhos; e ainda, claro, a velha questão moral, presente em toda a saga dos “X-Men”: aceitar o diferente.
A história principia em 1944, com Magneto, ou melhor, o menino Eric num gueto polonês sendo torturado pelo militar nazista Shaw. O alemão percebe o dom de Eric e obriga a passar por experimentos. Anos depois, estamos na iminência da Guerra Fria e Shaw aparece como um agente duplo estimulando a URSS a implantar mísseis nucleares em Cuba para acelerar a 3a. Guerra Mundial. Seu plano é subjulgar os humanos a partir da energia nuclear derivada dessa guerra.
E enquanto Eric planejar vingar-se de Shaw, Xavier quer apenas detê-lo e salvar a humanidade, em parceria com a agencia de inteligência americana, a CIA. Mesmo divergindo nos interesses, os dois mutantes unem forças e tornam-se amigos nesse objetivo. Para quem conhece a rivalidade entre o Professor X vivido por Patrick Stweart e o Magneto de Ian McKellen, é bastante curioso vê-los com vinte e pouco anos e amigos.
Um outro grande barato é descobrir a origem de características tão marcantes de cada herói e seus dilemas como indivíduos solitários. Seja o desconforto da adolescente Mística com sua aparência, seja a origem que alimenta a ira de Magneto, e ainda a razão pela qual o Professor X fica numa cadeira de rodas, ou como nasceu a escola para os mutantes. É, enfim, a primeira aula, que conta ainda com a passagem relâmpago de um dos deles que é o mais querido, o Wolverine, na pele de Hugh Jackman mesmo, e, claro, na mesma forma bem mal-criada.
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