Assalto ao Banco Central
Assalto que deu errado
Por Luiz Joaquim | 22.07.2011 (sexta-feira)
É difícil entender qual o objetivo da produção do filme “O Assalto ao Banco Central” (Bra,. 2011), dirigido por Marcos Paulo, e hoje em cartaz. Com sua campanha publicitária rica, que já vem há semanas abordando o imaginário do frequentador de cinema, o trabalho soava como um grande lançamento nacional no que diz respeito a saciar, por um filme envolvente, o outro imaginário do brasileiro, ou seja, o de entender como teria sido os bastidores do maior assalto a banco feito neste País. Aquele que, em 2005, por um tunel subterrâneo, uma quadrilha levou 164,7 milhões do Banco Central, em Fortaleza.
Acontece que o filme resulta numa colcha de retalhos de situações, dividido em dois tempos. A ação dos bandidos (Milhem Cortaz, Eriberto Leão, Hermila Guedes, Tônico Pereira, Gero Camilo, Juliao Cazarré, Heitor Martinez, Fábio Lago, Antônio Abujamra, Vinicius de Oliveira), desde a preparação até o roubo propriamente (mostrado em dramaturgia capenga); e a ação policial (Lima Duarte, Giula Gam), até o momento da confusão captura de alguns membros da gangue.
Numa montagem atropelada, guiada por um roteiro aparentemente óbvio e que busca como referência o clichê do filme de investigação norte-americano, “Assalto…” desperdiça uma trama e atores excelentes submetidos a filmagens sem nenhuma espiritualidade. Esforçando-se entre as pobres situações do roteiro de Renê Belmonte, salva-se Fábio Lago como Caetano, completamente à vontade na tela. Ele é dono de uma espontaneidade contagiante e está a espera de um papel num grande filme. Talvez o ápice do equívoco em “Assalto…” esteja na trilha sonora de André Moraes, que passa do metal a Ennio Morricone sem intervalo. Tacanho.
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