Quem circulava na tarde de segunda-feira pela Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco (Recife), no bairro do Derby, corria o risco de esbarrar com o cineasta paulista Guilherme de Almeida Prado. O diretor de “A dama do cine Shanghai” (1987), premiado em Gramado, “Perfume de Gardênia” (1992), “A Hora Mágica” (1998), e “Onde Andará Dulce Veiga?” (2007) falou com exclusividade ao CinemaEscrito.

Ele veio ao Recife para tratar da produção do média-metragem “A Palavra de Elias”, que ira dirigir a convite da produtora AnjoLuz Filmes, de Zitah Oliveira, tendo Anny Fernandes na direção de produção.

O filme, que terá cerca de 50 minutos e cujo foco é o mercado de televisão, faz parte de um projeto que irá contemplar 12 episódios. “São trabalhos que irão tratar do poder da palavra. E por esse caminho, vamos mostrar como a palavra aparece na Bíblia”, explica o realizador.

“Recebi um roteiro de Zitah, mas também trabalhei nele a partir de passagens da Bíblia”, conta. “A Palavra de Elias”, que vai apresentar uma dramaturgia situada nos dias de hoje, parte de situações bíblicas sobre o profeta Elias. “Quem viverá o protagonista é Tuca Andrada”, adianta. Confirmados no elenco, junto a Andrada, estão Lara Córdula, Regina Remencius e Rubens Teixeira.

Segunda-feira, na Fundaj, o diretor se reuniu com um grupo de atores para fazer um teste de seleção, com leitura do roteiro. Entre eles estava Germano Haiut (“O Baile Perfumado”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Reflexões de Um Liquidificador”), que, antes da chegada de Almeida Prado, não sabia detalhes do novo projeto.

Almeida Prado, que retornou ontem a São Paulo, volta ao Recife em agosto para novos apontamentos com a AnjoLuz. As filmagens estão apontadas para acontecer na segunda semana de outubro, numa fazendo no município de Gravatá, a 85 quilômetros do Recife.

Pela página na Internet da AnjoLuz Filmes, também está na sua agenda o projeto “Em Louvor do Paraíso”, que será roteirizado e dirigido pelo realizador e escritor pernambucano Fernando Monteiro. A trama será ambientada no Brasil quinhentista.

A sinopse diz que o filme vai abordar a chamada “França Antártica”. Contará a aventura do Almirante Nicolas Durand de Villegaignon tentando implantar uma colônia do seu país no Trópico. Com ele, chegaram os primeiros enviados da fé protestante a um Brasil que era como um planeta desconhecido, em meados do século 16. Neste cenário, se desenrola um drama de cobiça, invasão e disputas familiares que incluem os poucos residentes na baía da Guanabara, daquela época.