Transformers 3: O Lado Oculto da Lua
Sinfonia eletromecânica
Por Luiz Joaquim | 29.07.2011 (sexta-feira)
Exibindo já hoje em caráter de pré-estreia nos cinemas, o novo carnaval de Michael Bay – “Transformers: O Lado Oculto da Lua” (Transformers: Dark of The Moon, EUA, 2011) – chega agora em 3D. A boa nova é que ele, finalmente, vem com a competência da tridimensionalidade que antes só tinhamos visto em “Avatar” (2009), de James Cameron.
Um outro indício de que o filme funciona (mas até certo ponto), está na constatação de que suas duas horas e quarenta minutos de duração não pesam, mesmo sob a carcaça do óculos de plástico.
E isso considerando que a problemática científica é ginasial e o problema principal a ser resolvido é o mesmo de sempre. O planeta Terra está em perigo e Chicago é a base para novos autorobôs gigantes que voltaram à vida após um de seus líderes, o Sentinela (voz de Leonard “Spok” Nimoy), ser encontrado no lado escuro da lua.
Na verdade, “Transformers 3” pode ser dividido em dois momentos de dinâmica. O inícial, e com menos efeitos CGI (que criam a interação de criaturas e cenários irreais com reais), concentra-se em contextualizar a existências dos autorobôs e o seu mundo destruído com fatos de nossa história. Dessa forma, Bay brinca com a corrida espacial iniciada nos anos 1950 entre russos e norte-americanos, que culminou com a ida do homem à lua pelo Apollo 11 em 1969, e ainda evoca o acidente em Chernobyl, na Ucrânia, abandonada em 1986 após um desastre nuclear.
Por “Transformers 3” a corrida à lua foi estimulada na verdade pelo descobrimento do pouso de uma aeronave na lado escuro de nosso satélite natural. Daquela época até hoje, apenas 30 pessoas da NASA sabiam do ocorrido. Nesse contexto, Bay homenageia um dos três astronautas que viajaram no Apolo 11, Buzz Aldrin, pondo o próprio em cena para ele relembrar o encontro que teve com o Sentinela na lua, há 42 anos.
O Sentinela, que é, como eles próprios definem, uma espécie de Einstein dos autorobôs, foi seu lider e quer recuperar uma plataforma que criou para armar uma ponte que teletransportará seu mundo para a Terra (é melhor não tentar entender), fazendo dos humanos os seus escravos. É nessa peleja que entra em destaque as cenas de ação, que tornaram Bay famoso e aqui, apesar de excessivas, têm sua beleza além de um poder sonoro ensurdecedor que só os mais jovens deverão curtir.
Atenção para o efeito em que Sam (Shia Labouf) é jogado para fora do carro durante uma perseguição e, ainda ‘voando’ é salvo por Bee em pleno ar. É nesse momento em que você entenderá que está num filme de Michael Bay. Só que agora perdido, sem entender o que é real ou não é. Outra marca registrada do diretor está na beldade que vive a mocinha e é ‘lambida’ por sua câmera sempre que uma brecha na história permite.
Megan Fox, namorada de Sam nos dois primeiros filmes, saiu da franquia após ter declarado que Bay agia como Hitler no set de filmagens. Bay tratou de substitui-la pela modelo estreante Rosie Huntingdon-Whitely para contracenar com LaBouf nas cenas românticas. Curiosamente, para alguns homens, o melhor efeito de “Transformers 3” não é digitalizado, mas natural. E está nos lábios da moça, que de tão atraentes parecem de mentira.
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