Não é de hoje que se fala na liberdade que a tecnologia audiovisual proporciona ao realizadores. Isto signfica que as baratas câmeras de vídeo, acessíveis a todos, e softwares de edição imagem disponíveis na internet estão “criando” novos “cineastas”. Intuitivos e institivos cineastas. Isto pode ser bom, mas também ruim. É interessante quando gera trabalhos realmente autênticos, do ponto de vista da geração de imagens puras. Imagens puras? Sim. Aquela imagem a qual seu autor captou sem a contaminação cansada da TV, de Hollywood, ou de qualquer outra estrutra que pre-defina o conceito de uma imagem em movimento. Mas, a ação já não é tão interessante quando o realizador começa a usar a câmera como um espelho, pelo qual a luz de seu reflexo funciona como instrumento masturbatório para o seu ego. Como parte deste último catálogo, penso em alguns “auto-documentários”. Por “auto-documentário” refiro-me a algumas produções – mesmo as mais dispendiosas – em que o objeto do documento é o próprio autor do documento. Não vamos generalizar no assunto. Nas últimas edições do Festival de Paulínia e de Gramado tivemos um bom exemplo de auto-documentário (estamos falando de “Uma Longa Viagem”, de Lucia Murat). O “bom” aqui, empregamos não só pela força narrativa do filme, mas pelo abrangência social e politico-histórica que Murat resgata a partir da passada de sua família. Outras produções, entretanto, parecem girar em torno de si mesmo, como um cachorro que persegue o próprio rabo, e acha que isso é o que há de mais excitante.

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BLADE RUNNER 2
Uma grande temeridade será concretizada. “Blade Runner: Caçador de Andróides”, classico de 1982 dirigido por Ridley Scott, ganhará um novo filme ao completar 30 anos em 2012. Não se sabe, entretanto, se será uma sequência, ou uma pré-sequência (contando o que aconteceu antes do que conhecemos no filme original). O que é certo, a partir da entrevista coletiva promovida semana passada pela produtora norte-americana Alcon Entertainment, é que Scott estará a frente do novo projeto. Mas não Harrison Ford. Ao contrário do que aconteceu em 1982, Scott agora terá total liberdade para apresentar ao público seu próprio corte final para este segundo filme. Mas a temeridade permanece, considerando que o roteiro será orignal, uma vez que Philip K. Dick, autor do livro que originou o primeiro filme, não deixou nenhuma sequência escrita para a linda história dos replicantes que sonhavam com maior longevidade.

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“O QUE SE MOVE”
Montador do premiado filme “Trabalhar Cansa”, Caetano Gotardo, termina na próxima semana as filmagens em Paulínia de seu primeiro longa-metragem como diretor: “O Que Se Move”. As próximas seqüências serão gravadas na cidade de São Paulo. A produção é de Sara Silveira e Maria Ionescu, da Dezenove Som e Imagem, mesmos de “Trabalhar Cansa”. Gotardo é também autor do roteiro. A direção de fotografia é de Heloísa Passos e a montagem de Juliana Rojas. O filme também apresenta canções de Gotardo e Marco Dutra. O enredo apresenta três núcleos familiares que precisam lidar com a perda – ou o reencontro – de um filho. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2012.