Crítica e mercado
Câmera clara 257
Por Luiz Joaquim | 08.08.2011 (segunda-feira)
Em 2001 estivemos num debate promovido em Curitiba sobre a crítica de cinema. E ali levantou-se dois aspectos marcantes da crítica do dia-a-dia: um estrutural e outro conjuntural. O primeiro é exatamente a urgência com a qual o jornalista lida para escrever seu texto, limitando a possibilidade de emitir um trabalho mais amadurecido. O segundo tem relação com o mundo concreto. A situação econômica, por exemplo. Se a crise econômica aumenta, sobe o preço do papel de jornal, e isto impõe a queda da circulação nos veículos impressos. Há menos espaço nas páginas, em suma, há menos espaço para o jornalismo. E há, ainda, um acirramento da disputa de mercado entre os veículos, que se vêem mais e mais na necessidade de seduzir o consumidor. Nesse jogo de sedução pode haver (e quase sempre há) uma progressiva perda de substância editorial. Quando o jornalista, por exemplo, vai escrever a crítica de um filme, está intrínseca uma urgência, uma resposta imediata, e nessa urgência sua crítica se pauta, fundamentalmente, na sua bagagem cultural, na experiência e na sua subjetividade. Nessa ideia de imediatez, está contida a idéia do equívoco no julgamento. Que os novos (e velhos) críticos tenha isso em mente e o aceitem como uma regra da natureza.
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Rucker Vieira
Encerram-se na próxima segunda-feira (15) as inscrições para o concurso de Roteiros Rucker Vieira, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, através da Massangana Multimídia. O prêmio é de R$ 80 mil para cada selecionado. O edital com informações completas está em (http://www.fundaj.gov.br).
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Hitchcock
Na quarta-feira, o jornal inglês The Guardian noticiou que um dos primeiros filmes de Alfred Hitchcock foi encontrado na Nova Zelândia, no arquivo cinematográfico daquele país. O filme chama-se “The White Shadow” (A Sombra Branca), e foi rodado em 1923, quando o mestre do suspense tinha apenas 24 anos na Nova Zelândia, e conta a história de duas irmãs, uma inocente e outra sem vergonha.
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Ninfomaníaca
O mesmo The Guardian publicou, na terça-feira, que, segundo Peter Aalbaek Jensen, produtor que trabalha com Lars Von Trier (diretor em cartaz no Recife com “Melancolia”), o cineasta está trabalhando no novo filme: “Ninfomaníaca”. O plano é contar a história da sexualidade feminina desde a infância até a vida adulta. Mas Jensen, o filme terá duas versões.Uma mais radical, com cenas mais fortes, e outra leve para para exibir na TV européia. “Lars quer ver a sexualidade de uma garota na tela. É claro que temos alguns problemas legais que temos que trabalhar”, adianta Jensen.
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