Onde está a Felicidade?
Reflexos de Hollywood
Por Luiz Joaquim | 19.08.2011 (sexta-feira)
Quando competiu no 4o Festival Paulínia de Cinema, há um mês, o filme “Onde Está a Felicidade?” (Bra., 2011), de Carlos Alberto Ricelli, saiu vencedor com um prêmio importante, o de melhor filme do júri popular (levou também o de melhor atriz coadjuvante para Maria Pujalte). O titulo, concedido pelo público, é sim um bom indicativo que a humorada aventura roteirizada e estrelada por Bruna Lombardi pode funcionar nos multiplex, onde o filme entra em cartaz a partir de hoje em todo o País.
Quando exibido no festival paulista, passou no teste ao mostrar boa comunicação com o espectador, que reagia em grande parte ao timing certo (em alguns momentos) para as diversas piadas ali. Outro ponto forte da comédia romântica está no trauma pelo qual passa Téo (Bruna), fácil de ser identificado pelo público feminino.
No caso, Teo é uma apresentadora de TV num programa de culinária, assim como seu marido Nando (Bruno Garcia), um comentarista esportivo. O casal passa por uma crise que explode quando Teo descobre que Nando tem um caso virtual com outra mulher.
Ao mesmo tempo, ela percebe que vai perder o emprego. Decide então fazer uma viagem espiritual, e seu produtor (o bom Marcelo Airodill) vai junto para registrar a jornada – com a ajuda da espanhola Milena (Marta Larralde, de “Mar Adentro”)-, e transformá-la num novo programa para a TV.
O curioso em “Onde Esta a Felicidade?” é que ele soa como um misto entre um filme de Pedro Almodóvar e uma comédia romântica norte-americana. Se por um lado temos a atmosfera almodovariana, com cores fortes, figurinos gritantes, personagens sanguíneos e algumas situações nonsense na Europa (território sempre exótico para Hollywood), temos também uma estrutura narrativa pela qual, paralelamente, vamos vendo Nando sofrendo em São Paulo e tentando se redimir pelo erro.
Parece não haver dúvidas sobre modelo hollywoodiano tomado por Bruna para criar o papel de Teo, que a atriz escreveu para si, pelo qual ela busca a paz interior noutro continente, lembrando uma Julia Roberts em “Comer, Rezar, Amar”.
Mas, o que parece ser mesmo o maior problema são alguns exageros na performance de Bruna e, principalmente, o desfecho acontecendo no Piauí, que parece transformar o filme numa propaganda turística do Estado. Apesar desses exageros, que deixa “Onde Está a Felicidade?” irregular, há ali momentos em que o humor de fato funciona, e isso foi provado com a interação sorridente da plateia de Paulínia.
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