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Festivais

44º Festival de Brasília (2011) – abertura

Expectativas para o mais importante fest brasileiro

Por Luiz Joaquim | 23.09.2011 (sexta-feira)

O mais antigo e influente festival de cinema brasileiro chega hoje ao seu 44º ano sob muita expectativa. Diferente da edição 2010, que também surpreendeu com uma seleção de jovens e audaciosos cineastas – sugerindo um novo norte ao perfil do evento -, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro gera curiosidade por outros motivos. Na verdade, houve, de fato, mudanças generalizadas na organização do evento que foram anunciadas já em maio, quando foi divulgada sua antecipação, trazendo do tradicional novembro para setembro.

Caiu por terra, também, a exigência do ineditismo para a inscrição de filmes, a separação de obras por formato acabou (película e digital competem igual), e a premiação em dinheiro subiu para R$ 250 mil destinada ao melhor filme. A apresentação do evento ainda ocorre, este ano, em lugares comoTaguatinga, Ceilândia e Sobradinho. O tradicional Cine Brasília continua sendo a sede, apresentando a mostra competitiva, que hoje abre – em caráter hor-cocours – com o bom documentário “Rock Brasília: Era de Ouro”, de Vladimir Carvalho, já premiado no 4º Festival Paulínia de Cinema Brasileiro, em julho último.

As mudanças, aparentemente para melhor (com ressalvas) só vieram provocar polêmicas mesmo com o anúncio, também em julho, dos longas-metragens selecionadas para a disputa principal. Dos seis filmes, três já foram exibidos em dois grandes festivais brasileiros – “As Hiper-Mulheres”, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro (melhor montagem e prêmio da crítica no 39º Festival de Gramado); e “Meu País”, de André Ristum, com “Trabalhar Cansa”, de Juliana Rojas e Marco Dutra (ambos na seleção do 4º Festival Paulínia de Cinema, este último levando melhor som e prêmio especial do júri).

Um outro longa-metragem, que também seria inédito, “O Homem que Não Dormia”, do baiano Edgar Navarro (vencedor de Brasília em 2005 com “Eu Me Lembro’), terminou sendo já exibido (julho novamente) no 7º Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, em Salvador.

De realmente novo, então, o 44º Brasília apresenta “Hoje”, de Tata Amaral (de “Antônia”), com Denise Fraga e Cesar Troncoso. O novo trabalho fala da mudança na vida de uma ex-militante que passa a receber uma pensão do governo pelo desaparecimento de seu marido, vítima da repressão militar no passado. A segunda novidade vem do Rio de Janeiro, dirigido por Ana Rieper: “Vou Rifar meu Coração”, um documentário com Agnaldo Timóteo, Amado Batista, Lindomar Castilho, Wando, Nelson Ned que quer tratar do imaginário romântico, erótico e afetivo brasileiro a partir da obra dos principais nomes da música popular romântica, também conhecida como brega.

Outra polêmica surgiu pela velocidade com a qual a comissão de seleção definiu seus resultados. Segundo divulgação do próprio festival, a equipe se reuniu por oito dias em julho para ver todos os filmes. Foram 111 longas e 415 curtas inscritos. Por uma conta rápida, a média de filmes vistos, por dia, seria de 13 longas (21 horas, em média, de projeção) e 51 curtas (12 horas, em média). A seleção de curtas contempla dois filmes de São Paulo, dois carioca, dois paranaenses, dois gaúchos, dois do Distrito Federal e dois baianos.

Polêmicas a parte, o 44º Festival de Brasília também vai apresentar seminários com o tema “Novas Perspectivas para o Cinema e para o Audiovisual Brasileiro”. Acontecem de quarta-feira (com abertura da Ministra da Cultura, Ana de Hollanda) até sexta-feira. Oito mesas compõem o seminário focando o novo arranjo institucional das comunicações; a política industrial; a produção independente e a parceria com a televisão; o mecanismos de fomento ao cinema e ao audiovisual: investimentos, resultados e meritocracia; o mercado exibidor brasileiro e a nova classe média: novas tecnologias e perspectivas de ampliação de salas e de público; a nova TV Paga: regulação e fomento para a produção brasileira; o cinema, audiovisual e a convergência tecnológica: novas oportunidades de negócio e de difusão cultural; e o cinema e o Audiovisual no Brasil e na Argentina. Você acompanha a cobertura do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro aqui no CinemaEscrito a partir de sexta-feira (30).

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