O 4o. Janela Internacional de Cinema do Recife divulgou ontem a programação completa. Além dos 60 curtas-metragens do Brasil e de países como Austrália, Alemanha, Rússia, Argentina, EUA, Inglaterra, Itália, França, Israel e Polônia selecionados para a mostra competitiva, o festival exibirá 12 longas. A mostra acontece de 4 a 13 de novembro, no Cinema da Fundação e no Cinema São Luiz, e ainda conta com uma retrospectiva inédita no País do cineasta americano Stanley Kubrick (cada exibição custou para a produção U$ 1.250), além de debates, estreias nacionais e aulas de cinema, trazendo cerca de 60 convidados brasileiros e estrangeiros à Cidade. A sessão de abertura ficará por conta do longa “Febre do Rato” (vencedor do Festival de Paulínia), do pernambucano Cláudio Assis, no dia 4, no São Luiz, às 20h30.

De acordo com o curador do evento, Kleber Mendonça Filho, o interessante do festival é que o debate não fica restrito ao cinema, estabelecendo um ponto de vista crítico sobre a Cidade. “O Janela tem o foco no Recife e pretende discutir o que acontece no espaço urbano da Cidade, a partir dos filmes produzidos aqui”, afirmou. Dentro desse contexto, destaque para o filme coletivo (projetotorresgemeas), misto de crônica e registro de teor crítico, assinado por 52 realizadores, entre eles Rodrigo Almeida e Luiz Joaquim, jornalistas desta Folha de Pernambuco.

Nessa discussão “espaço urbano”, o Janela promove intervenção na Cidade. Na terça-feira, dia 8, o potente projetor digital Christie, usado no festival de Cannes (de 33 mil ansilumens, quando os projetores, no Recife, não passam dos 9 mil), irá atravessar o Capibaribe e encontrar o edifício Trianon, do outro lado. A intenção é “acender” a Cidade e sua paisagem urbana com o cinema, projetando imagens na fachada do prédio. O conteúdo da projeção é assinado pela arquiteta Cris Gouvêa e pelo montador André Antônio.

Ao todo, 160 filmes integram a programação. Pernambuco está representado pelos longas “As Hiper Mulheres”, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Tacumã Kuikuro, exibido no festival de Gramado e de Brasília, e “Estradeiros”, que acabou de ficar pronto, de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro. Outros filmes aguardados da produção independente são “Girimunho”, de Helvécio Marins Jr e Clarissa Campolina, e “Histórias que só Existem Quando Lembradas”, Júlia Murat, exibidos nos festivais de Veneza e Toronto. Mais uma projeção aguardada é a adaptação de um livro de Marçal de Aquino: “Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios”, de Beto Brant e Renato Ciasca.

Nos longas internacionais, três destaques do último Festival de Cannes: “As Neves de Kilimanjaro”, de Robert Guédiguian, “A Guerra está Declarada”, dirigido e estrelado por Valérie Donzelli, e “O Garoto da Bicicleta”, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, ganhador do Grabde Prêmio do Júri, em Cannes. Outro destaque internacional é o programa Sutjeska Film, uma coleção de 20 curtas feitos nos anos 1960 e 70, que retratam a vida dos iugoslavos sob o regime comunista. “É um privilégio termos esses filmes na programação. Diferente do que possam pensar, não são filmes difíceis. Alguns tocantes, outros engraçados”, falou Kleber.

Pela primeira vez, o Janela dedica uma sessão exclusiva para crianças a partir dos oito anos. Serão exibidos seis curtas, sendo dois deles estrangeiros. “São filmes que podem ser para família toda; foram selecionados com muito carinho com a intenção de formação de plateia”, disse a produtora e curadora do festival, Emilie Lesclaux. Para completar a programação, as oficinas Janela Crítica, Corpo Sensível, Cine en Construción e aula Kubrick, por Hernani Heffner, do Rio de Janeiro.

SERVIÇO

R$ 8 e R$ 4 (Cinema da Fundação) / R$ 4 e R$ 2 (São Luiz) / R$ 1 (curtas-metragens)