Mombojó – show 10 anos
Reinou a alegria no Catamarã
Por Luiz Joaquim | 10.10.2011 (segunda-feira)
Faltava pouco para completar as 2h da madrugada do sábado quando JR Black fez ecoar seu berro ao microfone instalado no modesto palco montado no bar Catamarã, na bacia do Pina. Ele chamava a banda Mombojó e ninguém parecia incomodado com o horário, isso porque o show comemorativo de dez anos da banda funcionou, pela primeira vez por aqui, na base do financiamento cultural coletivo (o chamado crowdfunding).
Por esse processo, os próprios fãs eram os investidores do show, tendo feito depósitos, via internet, entre R$ 20 e R$ 750 para custear o evento. Isso significa que o grosso da população presente no show era realmente de fãs. Para provar a afirmação não foi preciso esperar muito.
Após a terceira canção (“Homem-espima”, que dá titulo ao álbum de 2006), a banda deu os primeira acordes para “Faaca”, do primeiro disco “Nadadenovo” (2004). Ao mesmo tempo, o vocalista Felipe S. avisava: “Essa aqui eu nem vou cantar. Deixo pra vocês”. O resultado foi um coral uníssono vindo da platéia que entoava: “eu não acredito em tudo que eu quero, mas vivo a sonhar com você a me beijar…”
Antes de cantar “Duas Cores”, Felipe lembrou que amigos não se substituem, e dedicou a canção a Rafa, integrante da banda que faleceu em 2007 por problemas cardíacos. “Mas a gente vai fazendo outras amizade ao longo do caminho”. Sua ‘deixa’ foi para agradecer a participação do baixista Dengue (Nação Zumbi) no show.
Juntando-se a Dengue, entrou Samuel, ex-integrante da banda que Felipe descreveu assim: “A gente não sabe mais se ele é musico ou ator”, referindo-se sua participação na telenovela “Passione”. Samuel ajudou na apresentação da música inédita, “Vim de lá”. Pena que a microfonia abafou a performance.
De qualquer forma, a maior interação com o fãs se dava com as canções do primeiro disco, como “Adelaide”. Fugindo à regra, “Casa Caiada” (do último álbum “Amigo do tempo”, 2010) fez todo mundo pular. Assim como “Manguetown” (da NZ), já com a presença no palco do último convidado da noite: Cannibal, da Devotos.
A noite, que previamente contara com a apresentação da Banda de Joseph Tourton e a discotecagem do coletivo Magia Negra, encerrou com a Mombojó se despedindo com a já clássica “Deixe-se acreditar”, somando 90 minutos de show.
VIGILÅNCIA
Antes mesmo da Mombojó subir ao palco, via-se policiais e oficiais da infância e da juventude circulando entre o público. Eles procuravam menores de idade desacompanhados pelo responsável no espaço, uma vez que ingressos também foram vendidos pela internet, dificultando a comprovação de maioridade para o acesso àquele local com venda de bebida alcoólica.
Até a 1h da madrugada, a reportagem apurou que cinco menores (entre 14 e 17 anos) haviam sido encontrados. Dali eles seriam encaminhados ao Conselho Tutelar para ser resgatados pelos responsáveis, enquanto a organização do evento corria o risco de ser penalizada com uma multa de até 20 salários mínimos.
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