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Reportagens

Tatuagem (filmagens)

Olhar pessoal para os anos setenta

Por Luiz Joaquim | 24.10.2011 (segunda-feira)

Hilton Lacerda possui uma trajetória produtiva no cinema pernambucano, em especial pela autoria de roteiros de filmes como “Baile Perfumado” (1997), “Amarelo Manga” (2002) e “Baixio das Bestas” (2006). Hilton, que também já dirigiu curtas-metragens e documentários para a TV, inicia amanhã as filmagens de seu primeiro longa-metragem de ficção, “Tatuagem”, produzido pela Rec Produtores.

“A única coisa ruim de dirigir o filme que você escreve é que você não pode mais botar a culpa nos outros”, brinca o cineasta, na base de produção do filme, o casarão número 200 da Rua de São Bento, no sítio histórico de Olinda. “Acho que ‘Tatuagem’ sintetiza ideias, narrativas, experiências e radicalidades que foram absorvidas e acumuladas durante esse processo de 15 anos fazendo cinema”, comenta o diretor.

O filme se passa em 1978, focando na atuação de um grupo teatral, a trupe “Vivencial Diversiones” (que existiu de fato entre os anos 1974 e 81, em Recife e Olinda). Nesse contexto, há um debate político paralelo sobre a ditadura e tradições sociais (a ditadura não faz parte da história principal, integra o filme apenas como uma opressão externa).

“Não sou saudosista, 1978 é uma referência icônica. Todas as questões do filme são contemporâneas”, avisa Hilton. “Foi um ano importante para mim. Tinha 13 anos, foi mais ou menos um ano de autonomia, no sentido de começar a ser responsável. Em 78 havia a sensação que o Brasil iria dar certo. Era o fim do milagre econômico, quando o poder estabelecido diz: vamos agora dividir o ônus, e marca o começo da democracia”, reflete o autor.

O elenco do filme é basicamente formado por jovens atores de grupos de teatro e dança. O protagonista tem mais experiência: Irandhir Santos, ator pernambucano que se tornou mais conhecido com “Tropa de Elite 2” – ao mesmo tempo em que participa de projetos independentes. “Sei o que me agrada, e sei também aquilo que encaro para aprender e como um desafio. Quanto mais diversificada for minha experiência, melhor será para meu trabalho como ator”, explica Irandhir.

João Jr., produtor do filme, adianta que a obra já tem distribuição garantida pela Imovison. O filme, com orçamento aproximado de R$ 2.5 milhões (ainda é preciso captar 40% para a finalização e comercialização), conta ainda com fotografia de Ivo Lopes e direção de arte de Renata Pinheiro. Tem apoio do Fundarpe (através do Funcultura), Petrobrás, Eletrobrás/Chesf, Prefeitura do Recife, Aeso e UFPE.

Clique no link abaixo e leia entrevista de Hilton Lacerda conversando com Marcelo Pedroso, em 2009, sobre “Tatuagem”

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