Há dez anos
Câmera clara 257
Por Luiz Joaquim | 07.11.2011 (segunda-feira)
Numa conversa informal com colegas da crítica de cinema, lembramos do sucesso de bilheteria de documentários brasileiros como “Janela da Alma”, de João Jardim e Walter Carvalho, que, há dez anos, atraiu mais de 100 mil espectadores às bilheterias. Lembramos também da performance tímida de um outro doc contemporaneo chamado “Rock Brasília: Era de Ouro”, de Vladimir Carvalho (irmão mais velho de Walter). O filme que resgatou a agitação musical na Capital Federal nos anos 1980 teve, até semana passada, menos de 23 mil espectadores. Não é o caso de comparar as duas bilheterias. Isto porque, em dez anos, o cenário da distribuição de filmes ganhou novos contornos, nem todos interessantes. O principal, talvez, é que a produção de títulos nacionais cresceu (e damos um viva a isso), mas o desenvolvimento de salas de exibição no País não cresceu na mesma proporção. Isso significa que as janelas de espaço de lançamento entre um filme e outro diminuiu. Se no passado os títulos nacionais disputavam área com Hollywood, hoje brasileiros disputam área com os próprios brasileiros. Marcus Mello, crítico gaúcho, lembrou que há pouco tempo, estavam 18 produções nacionais em cartaz, na mesma semana, em Porto Alegre. Outro ponto da questão é que, em 2011, há uma facilidade de acesso aos filmes pela internet antes que eles cheguem às salas de cinema. A experiência de ver um filme num PC ou iPod é, evidentemente, oposta a de vê-lo numa sala de cinema. Mas para alguns consumidores (e não ‘espectadores’), isso não tem importância. O importante disso tudo é que hoje o número mais baixo de pessoas em salas de cinema não está necessariamente relacionado com a qualidade do filme.
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NOVOS CINEASTAS
A Academia Internacional de Cinema (AIC) abriu inscrições para o 5º First Shot: Festival de Novos Cineastas, que visa captar e selecionar curtas produzidos por pessoas de qualquer lugar do Brasil, com o objetivo de identificar e incentivar potenciais profissionais do cinema. Poderão ser inscritas obras audiovisuais realizadas em qualquer formato ou bitola, inéditas ou não, com duração máxima de 15 minutos e temática livre. Inscrições até 6 de janeiro de 2012 pelo portal do AIC (http://www.aicinema.com.br/firstshot).
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NOTA DE PESAR
O Câmera Clara registra e lamenta o falecimento, semana passada, do crítico de cinema mineiro Marcello Castilho Avellar. A Associação Mineira de Críticos de Cinema lembrou que Marcello completaria 51 anos próximo dia 29 de dezembro. De acordo com informações do jornal “O Estado de Minas”, onde ele atuou por 30 anos no caderno de Cultura, o profissional morreu em seu apartamento no bairro Floresta, em Belo Horizonte, na tarde da terça-feira, dia 1º de novembro. Marcello, que também era professor de Teatro na PUC Minas, estava sozinho em casa e morreu de causa natural.
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OFICINAS DE CINEMA
O 13º Festival de Vídeo de Pernambuco abriu inscrições para as oficinas “Laboratório de Roteiro”, com Torquato Joel (PB); “Direção de Arte”, com Sílvia Macedo (PE); “Realizando em 1 minuto”, com Alice Gouveia (PE). É possível fazer as inscrições até 14 de novembro. As aulas serão realizadas entre os dias 05 e 09 de dezembro na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby. Para se candidatar, é preciso escrever para cinemafundarpe@gmail.com, com nome completo, e-mail e telefone de contato do interessado. Mais detalhes em (http://www.fundarpe.pe.gov.br/)
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