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Críticas

Medianeras: Bueno Aires na Era do Amor Digital

Wally está no Cine Rosa e Silva (Recife)

Por Luiz Joaquim | 26.11.2011 (sábado)

Em julho último, Sérgio Dantas, gerente do Audiovisual da Prefeitura do Recife, organizou uma mostra com cinco longas e cinco curtas-metragens da Argentina. Seguidas de debate, as sessões tinham como proposta pensar a produção dos hermanos. Um dos curtas exibidos ali já era um clássico pela boa qualidade e pelo sucesso mundial. Tratava-se de “Medianeras”, de Gustavo Taretto. Hoje, o Cine Rosa e Silva estreia o longa-metragem do mesmo diretor, que é um desdobramento, agora em 95 minutos, de filminho. É também intitulado de “Medianeras” (Arg., 2011), mas aqui no Brasil ganhou o desnecessário subtítulo de “Bueno Aires na Era do Amor Digital”.

Em agosto, o longa-metragem passou pela primeira vez no Brasil, no 39º Festival de Gramado, e levou os Kikitos de melhor filme, direção e júri popular na competição entre os estrangeiros. Na obra, Taretto expande sua ideia de relacionar o desordenado urbanismo e arquitetura de sua cidade com o afastamento e desencontros entre as pessoas. É um argumento que poderia muito bem ser desenrolado no Recife de hoje.

Na história, Martin (Javier Drolas) vive de desenvolver sites e encomenda tudo que precisa pelo computador, tornando-se um recluso principalmente depois que foi deixado pela namorada. Do outro lado da rua vive Mariana (Pilar López de Ayala, atriz espanhola que interpreta a falecida de “O Estranho Caso de Angélica”). Ela é uma arquiteta que vive de decorar vitrines, e também está aprendendo a ser sozinha depois de encerrar um relacionamento de quatro anos.

Logo percebemos que ambos são perfeitos um para o outro, mas nunca se encontram. Com ótimo ritmo, personagens consistentes, situações convincentes e boas performances “Medianeras” é um belíssimo trabalho romântico que procura referência explícita em “Manhattan” de Woody Allen.

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