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O ditador e o cinema

Câmera clara 265

Por Luiz Joaquim | 26.12.2011 (segunda-feira)

No sábado 18 de dezembro morreu o ditador Kim Jong-il, da sociedade mais fechada para o mundo, a Coréia do Norte. E o cinema com isso? Nada, exceto pelo fato de que Jong-il era um cinéfilo de mão cheia. Fala-se que o líder norte-coreano era dono de uma coleção de mais de 20 mil filmes, ficando sua predileção, logicamente, com os filmes de ação. Um dos seus maiores ídolos na tela grande seria o espião britânico James Bond, mas também lhe interessava as barbaridades do norte-americano Rambo. Os filmes de terror também lhe atraiam, como os da série “Sexta-feira 13”. Entre as grande estrelas, Jong-il acompanhou a trajetória de Elizabeth Taylor, de quem era um fã. É curioso, e faz pensar, nessa capacidade que o cinema tem de amolecer até os mais durões. Se esse processo não for chamado de arte, é difícil pensar em outro nome para explicar. Na abertura de um filme em cartaz hoje nos cinemas, “Compramos um Zoológico”, há inclusive uma piada a esse respeito em seu prólogo. Ali no início, o filme mostra o personagem de Matt Damon atuando como um jornalista correspondente em outro país. Num helicóptero em pleno voo, ele entrevista uma espécie de revolucionário latino que braveja furioso contra um sistema qualquer. Mas quando Damon pergunta qual seu filme favorito, o revolucionário responde: “Toy Story”. E a grande questão passa a ser se o melhor é o primeiro ou o segundo da série. A piada pode parecer boba, mas também pode explicar o sentido da vida.

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Acesso a cinema
Não é apenas nos cinemas convencionais que os brasileiros estão tendo acesso às produções nacionais mais recentes. Legislações de Incentivo à Cultura, como a Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, que só em 2011 aprovou 7.856 projetos das mais diversas áreas culturais, abrem espaço para empresas apoiarem iniciativas de alcance nacional por meio de incentivos fiscais. Um exemplo é o Projeto Gira Brasil, que leva cinema a várias regiões do Brasil a bordo de caminhões adaptados, com conforto, isolamento acústico e tela de 120 polegadas. Em sua segunda edição, realizada entre maio e dezembro deste ano, o projeto exibiu filmes para 30.104 espectadores em 96 cidades de 12 estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Para a absoluta maioria, foi a primeira vez diante de uma tela de cinema.

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Programadora BR
A Programadora Brasil alcançou, até 19 de dezembro de 2011, a marca de 500.917 espectadores. Foram mais de 13 mil sessões informadas pelos pontos de exibição associados, localizados em mais de 830 cidades de todos os Estados do País, como a da foto (a Chapada dos Guimarães, MT). Mais de 300 destes municípios não possuem salas comerciais de exibição. O projeto surgiu em fevereiro de 2007. Um catálogo de filmes brasileiros organizados em DVDs, licenciados para exibição pública e consulta local, disponíveis para grupos de cinéfilos, prefeituras e suas secretarias, escolas e universidades, empresas, organizações sociais e muitos outros coletivos. Com lançamentos anuais, o catálogo chega ao final de 2011 com 825 títulos, organizados em 255 programas (DVDs). Um sucesso.

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Votos
Nesta que é a última Câmera Clara de 2011, aproveitamos para desejar ao leitores um 2012 guiado pela verdade, pela beleza e pela bondade

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