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Festivais

15o. Tiradentes (2012) – noite 5

Espírito Santo brilha em Tiradentes

Por Luiz Joaquim | 25.01.2012 (quarta-feira)

TIRADENTES (MG) – A 15a Mostra de Cinema de Tiradentes, terça-feira, na exibição de seu segundo longa-metragem no programa Aurora, apresentou ao Brasil um potente filme realizado no Espírito Santo, estado tradicionalmente de participação mínima na historia do cinema brasileiro.

“As Horas Vulgares”, na verdade, foi rodado na capital Vitória mas sob o a batuta dos diretores Vitor Graize, de Minas Gerais, e o carioca Rodrigo de Oliveira, este último mais conhecido como critico de cinema da revista eletrônica ContraCampo e Cinética.

Rodado num preto e branco em 16mm, a linda fotografia granulada e suas opções de enquadramento e montagem remetem (mas com originalidade) aos filmes do francês Philippe Garrel – em particular ao recente “A Fronteira da Alvorada”.

Apesar de ter sido também comparado com o cearense “Os Monstros”, do grupo Alumbramento, é válido reforçar que “As Horas Vulgares” tem sua própria ordem e autenticidade. Apresenta o reencontro de Lauro (João Gabriel Vasconcellos) com os amigos em Vitória, que num ambiente regado ao melhor jazz na casa de amigos, traz consigo uma inquieta melancolia pelo seu desencanto com os fracassos da vida.

O filme fala com uma propriedade rara sobre a relação entre estes amigos e, o mais sério, sobre a importância desta relação que pode substituir ou sustentar uma crença, uma ideologia, ou mesmo o oposto extremo disto.

Lauro, a propósito, pode ser lido como a personificação humana que incorpora todas as dores do homem (ou de seus amigos) e não por acaso, há uma piada com a sua barba, como a de um Cristo. Adaptado do romance “Reino dos Medas” (1971), de Reinaldo Santos, “As Horas Vulgares” é forte concorrente a ser premiado no programa Aurora.

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