15o. Tiradentes (2012) – premiação
Melhor filme é do Distrito Federal
Por Luiz Joaquim | 29.01.2012 (domingo)
TIRADENTES (MG) – Encerrou no sábado a 15a edição da Mostra de Cinema Tiradentes contemplando o longa-metragem do Distrito Federal “A Cidade É uma Só?”, de Adirley Queirós, como o melhor filme do programa Aurora. O júri jovem, formado por cinco estudantes entre 18 e 25 anos e participantes de uma oficina de critica, escolheu o documentário carioca “HU”, de Pedro Urano e Joana Traub Cseko.
O troféu Barroco de melhor curta-metragem do programa Foco também foi para o Rio de Janeiro, para as mãos do jovem Eduardo Morotó pela sua bela adaptação de Bucowski para o cinema em “Quando Morremos a Noite”. Já o júri popular premiou “L”, de Thais Fujinaga. O voto popular decidiu que o melhor longa-metragem exibido em Tiradentes foi o documentário mineiro “O Mineiro e O Queijo”, de Helvécio Ratton.
Antes da premiação numa cine-tenda lotada, foi exibido “Na Carne e Na Alma”, o último longa dirigido pelo veterano Alberto Salvá (“Um Homem sem Importância”, 1971; “Inquietações de Uma Mulher Casada”, 1978; “A Menina do Lado”, 1987) falecido em outubro de 2011, aos 73 anos, vítima de câncer. Salvá rodou “Na Carne e Na Alma” em 2008 com recursos próprios e está foi a primeira exibição pública do filme.
Corajoso e sem meio-termos ou pudor, como só um bom filme brasileiro dos anos 1970/80 costumava ser, “Na Carne…” apresenta Rodrigo (Karan Machado), universitário irresponsável de classe média residente em Niterói e que se apaixona pela colega de classe numa faculdade da Zona Sul do Rio de Janeiro. Logo Rodrigo se apaixona de forma obsessiva por Mariana (Raquel Maia) que, ao contrario dele, não quer vinculo, apesar de não conseguir deixar de evitá-lo em função do sexo.
Salvá fez um filme atípico para os anos 2000. É um trabalho que consegue chocar (coisa rara no cinema brasileiro atual) e ser coerente e cômico em sua história, que é baseada no livro “Deusa Cadela”, de André Abi-Ramia.
Antes mesmo da sessão de Salvá, Tiradentes apresentou a primeira sessão pública de “Augustas”, primeiro longa-metragem de Francisco César Filho (o curador, produtor cultural, jornalista Xiquinho). Na ficção, Xiquinho conta uma história (a partir do livro de Alex Antunes) na mitológica rua Augusta, em São Paulo. Ali, Mário Bortoloto vive Alex, um jornalista desempregado que divide a vida entre sua relação com um prostituta, uma cubana e uma empregada doméstica interiorana.
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