Alvin e Os Esquilos 3
Aula truncada de responsabilidade
Por Luiz Joaquim | 06.01.2012 (sexta-feira)
A franquia “Alvin e Os Esquilos 3” (Alvin and The Chipmunks: Chipwrecked, EUA, 2011) chega em seu terceiro volume hoje aos cinemas. O sucesso do filme – que ao ser lançado nos EUA unidos bateu “Missão Impossível 4” em sua estreia – parece mais obra das circunstâncias uma vez que o mesmo não tem concorrentes nas salas de cinema no seguimento infantil abaixo dos oito anos.
Dirigido por Mike Mitchell (de “Gigolô Por Acidente” e “Schrek para Sempre”), este volume 3 soa ainda mais ‘caça-níquel’ que o antecessor, de 2010, dirigido por Betty Thomas, quando surgiram (já sem força) as esquiletes Brittany (voz de Christina Applegate no original em inglês) e suas irmãs Jeannet e a baixinha Eleonor. Ao contrário do charme do primeiro, de 2007, sob a batuta de Tim Hill, suas duas sequências pouco contribuem para a série, para os personagens, ou para os espectadores, mesmo os mirins. Saem ganhando, sem dúvida, os executivos dos estúdios e os exibidores.
Há, lá no fundo, uma ideia interessante bolada para “Alvin 3”, mas ela se perde numa desestruturada configuração de aventura na selva, que parece pulverizar a mensagem para os espectadores alvos, os baixinhos. No enredo, Alvin, Simon e o gorducho e inocente Theodoro estão num cruzeiro junto aos trio de esquiletes. O “pai” deles, Dave (Jason Lee, precisando sair urgentemente dessa franquia) os leva para participar de um concurso de música internacional.
Por conta de uma presepada do desobediente Alvin, todos caem em alto mar e viram náufragos e vão parar numa ilha deserta. Entram aí também o antigo vilão Ian (David Cross) e uma nova personagem, a estreante no cinema Jenny Slate (como a náufraga Zoe). Alvin é obrigado a tomar conta da trupe. A necessidade de assumir a responsabilidade faz ele perceber que as implicâncias que tinha com seu “pai” eram injustas. Ele entende, na pele, que para cada rebelde é preciso existir um ordeiro.
Outra diferença no novo filme está nos números musicais dos bichinhos. Aparecem em menor quantidade neste terceiro filme. Na verdade eles surgem forçando a barra das circunstâncias, pois são poucas as que pedem música e dança dentro do enredo. Salva-se, entre tanto desperdício, a postura autenticamente infantil (e por isso realmente engraçada) do esquilinho Theodoro. Sua inocência comove e dobra qualquer espectador.
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