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Críticas

As Aventuras de Tintim

Tintim em movimento nos cinemas

Por Luiz Joaquim | 20.01.2012 (sexta-feira)

É dificil lembrar de uma situação semelhante como a que acontece neste janeiro de 2012. Explicamos: hoje estreia no Brasil, com duas semanas de distância, um segundo filme dirigido por Steven Spielberg. Depois de “Cavalo de Guerra” chegar dividindo a crítica especializada, chega agora “As Aventuras de Tintim” (The Adventures of Tintin, EUA, 2011), adaptando para o cinema em animação e projeção 3D digital a história do personagem homônimo dos quadrinhos criado pelo belga Hergé em 1929.

Com fãs de todas as idades, a versão para o cinema de Tintim era bastante aguardada, e a expectativa só aumentou quando os nomes de Spielberg e Peter Jackson (“O Senhor dos Aneis”), na produção, foram viculados ao filme. Para quem não conhece, ou tem a figura de Tintim apenas como algo familiar, vale esclarecer que o jovem jornalista de cabelos amarelos tem o espírito aventureiro e os vive ali na Europa do início do século passado, sempre ao lado de seu fiel cachorrinho, o fox terrier Milu.

Spielberg procurou não fugir ao espírito dos quadrinhos, mas impos um ritmo que é seu, próprio. Não por acaso, muito vezes em “As Aventuras de Tintim” temos a sensação de que estamos vendo uma versão em desenho, com um personagem mais jovem, de Indiana Jones. As constantes perseguições em lugares exóticos, sempre com vilões incansáveis, remetem ao já clássico heroi da arqueologia nos cinemas.

As semelhanças só aumentam quando entendemos que toda a correria do filme existe porque Tintim (no original, voz de Jamie Bell, de “Billie Eliot”) descobre que cai em suas mãos parte de um mapa do tesouro, e que o vilão Sakharin (o “007” Daniel Craig) deseja resgatá-lo de toda forma. Na constante fuga de Sakharin, Tintim e Milu se aventuram pelo mar, pelo ar e até por um deserto africano, e nesse trajeto se unem ao beberão capitão Haddock (Ady Serkins, o símio César de “O Planeta dos Macacos: A Origem”).

Muitas das situações e cenários posturas pensadas para este Tintim do cinema remetem a Indiana Jones. A questão é que, mesmo empolgante e com situações visuais de encher os olhos, o ritmo e o espírito da aventura aqui surge um pouco anacrônico. A despeito dos belíssimos efeitos digitais (exceto pela tridimensionalidade da projeção. Melhor ver no formato padrão), este Tintim poderia muito bem ser considerado um filme realizado nos anos 1980, e isso não é um elogio aqui. Atenção para os créditos de abertura de “As Aventuras de Tintim”, simples, elegante, espirituoso e empolgante como pouco se faz hoje em dia.

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