Olympia, 100 anos
Câmera clara 268
Por Luiz Joaquim | 16.01.2012 (segunda-feira)
Em tempos de multiplex, Belém dá um exemplo com a celebração de seu Cine Olympia, espaço que completa 100 anos em atividade no centro da capital paraense. Quando foi inaugurado, o cinema tinha um propósito: levar a elite europeizada para uma “novidade” que até então só era conhecida como espetáculo popular. O crítico de cidade de cinema local, Ismaelino Pontes, conta que no dia 24 de abril de 1912 existiam cerca de 20 cinemas na cidade, alguns simples barracões com bancos corridos, um lençol fazendo a vez de tela e um projetor que podia ser o Cinematographo Lumiére como um Vitascope de Edson. Era um espaço para a elite. Nas sessões de filmes mudos, a princípio comprados de firmas européias como a Nordisk, as senhoras usavam vestidos longos e chapéus quer provavelmente cortavam a visão de quem sentava atrás, e os homens abdicavam do terno branco e chapéu de palha para uma roupa escura com chapéu coco. Na sala de espera, decorada com mármore de Carrara, ficava uma “banda de música” e um placar anunciando que parte do filme (ou que filme curto) estava sendo projetada/o. Na sala de projeção, a curiosidade começava com a tela ficar dependurada na entrada (como é até hoje) obrigando o espectador a passar por baixo dela para chegar à poltrona(de madeira, sem estofo). Ali se exibia a “Olimpia Orchestra” acompanhando os filmes mudos. O luxo do Olympia foi desaparecendo com o tempo. Ainda assim o primeiro filme sonoro estreou ali, em novembro de 1930: ”Alvorada do Amor” (Love Parade), de Ernst Lubistch com Jeanette MacDonald e Maurice Chevalier. Em 1940 o cinema edificado pelos donos do hotel ao lado, Carlos Teixeira e Antonio Martins, venderam o prédio para o banqueiro José Maria Marques. Criou-se a firma “Cinematográfica Paraense Ltda.”. De pouco tempo de vida. Em 1946 foi vendida para Luis Severiano Ribeiro, já dono de um circuito nacional. Ribeiro só reformou o Olympia em 1960 quando, depois de protestos estudantis, colocou ar condicionado e poltronas estofadas. Com a crise das sala de rua o espaço fecharia em 2006, mas a população protestou. Nesse momento, o município apareceu com a promessa de intervir. Alugou o cinema e o rebatizou de “Espaço Municipal Cine Olympia”. E não parou as atividades, mesmo com uma programação diferente, programada por críticos de cinema e com projeções em vídeo. Considerando que jamais deixou o prédio e mudou a sua caixa construída, como não mudou o nome e não parou as suas atividades por mais de seis meses, o Olympia pode ser considerado como o mais antigo cinema do país em atividade. Um orgulho dos paraenses. Neste ano do centenário deve ser publicado um livro contando sua história além de um programa especial a rever os marcos dessa história. Aqui pelo Recife, esperamos que o Cineteatro do Parque, que completa seu centenário em 2015, volte a funcionar.
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DRIVE
Uma das mais esperadas estreias deste início de ano, “Drive”, que deu o prêmio de melhor direção para Nicolas Winding Refn em Cannes 2011, tem data marcado de estreia no Brasil (leia São Paulo e Rio de Janeiro) dia 24 de fevereiro. Com Ryan Gosling, Carey Mulligan (foto) e Daniel Craig no elenco, o enredo acompanha os passo de um dublê de filmes em Hollywood. Quem distribui o título no Brasil é a Imagem Filmes.
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BAR DO NENO
O Bar do Neno (na rua Padre Roma, no bairro do Parnamirim) abre suas portas para o audiovisual. Próximo dia 31 de janeiro, a partir das 18h, será exibido o vídeo documentário “Rever”, produzido e dirigido por Annyela Rocha, Artur Baptista e Paula Caal. O doc aborda a questão da representação da imagem. Mais informações pelo fone (81) 3441-4141.
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ROBOPOCALYPSE
Foram três anos de espaço entre “Munique” (2005) o último “Indiana Jones” (2008) e “Cavalo de Guerra” e “As Aventuras de Tintim” (que estreia próxima sexta-feira no Brasil). Mas não será preciso esperar tanto para conhecermos seu mais novo projeto, “Robopocalyse”, com lançamento apontado para 13 de julho de 2013 nos EUA. A história é baseada no livro de Daniel H. Wilson. Spielberg falou recentemente para a revista londrina “Time Out” a respeito, mas não detalhou sobre o tema da nova produção.
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