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Recifense gosta de cine brasileiro?

Câmera clara 266

Por Luiz Joaquim | 02.01.2012 (segunda-feira)

Sexta-feira uma emissora de TV nos entrevistou para que comentássemos o resultado de uma pesquisa feita pelo informativo Filme B, o mais importante do País. A pesquisa falava do mercado cinematográfico, mais especificamente ela dizia que o Recife foi a cidade que mais privilegiou o cinema brasileiro em 2011. Está lá no informativo que 19,5% do espectador na capital pernambucana foram às salas para ver um filme nacional, configurando o primeiro lugar numa lista de dez cidades. Em segundo está Salvador (19%) e Rio de Janeiro em terceiro (17,3%). Por último aparece Curitiba (8,9%) e Porto Alegre em penúltimo (10,3%). São Paulo é o sétimo, com 12,7%. É certo que, em termos quantitativos, 12,7% do público de SP é maior que 19,5% do Recife. Mas também Recife conta com cerca de 50 salas, enquanto SP 260. Esta, entretanto, não é a questão. Na verdade, é difícil dar uma explicação pela predileção do nordestino pelo cinema brasileiro, que em 2011 teve uma performance modesta de bilheteria. Não é de hoje que o cinema nacional se pauta pelas comédias de costumes, e não foi diferente no ano que passou. Afinal os destaques foram “Qualquer Gato Vira Lata”, “De Pernas pro Ar” e “Cilada.com”, sem esquecer “Bruna Surfistinha”, “O Homem do Ano” e, agora no final, “O Palhaço”. Considerando que o nordestino é naturalmente bem humorado, talvez esteja aí um ponto de identificação com as comédias que chegam às telas. Mas tudo não passa de especulação. Importante mesmo é observar o trabalho de marketing feito pelas distribuidoras, hoje cada vez mais determinante num lançamento de um produto fílmico. A propósito, é a eles, do marketing, a quem mais interessa pesquisas como a do Filme B.

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O convento e a alma
Depois do projeto de conclusão de curso “Quarteto Simbólico”, que comentava a responsabilida da herança sob o aspecto da arquitetura, o jovem jornalista Josias Teófilo volta ao tema no novo projeto: “As Pedras do Convento”. Com o nome fazendo referência ao livro “As Pedra de Veneza”, de John Ruskin, explica Josias, o filme parte da relação entre a arquitetura e a consciência individual (relação que ele credita inicialmente feita pelo filósofo pernambucano Evaldo Coultinho, 1911-2007). Qual o paralelo que pode ser feito entre uma obra construída, no caso o convento, e o ser? Outro paralelo, aponta o realizador, é “esse de caráter religioso, é o do corpo humano como um templo sagrado – o filme representa o inverso, as diversas câmaras do templo como o labirinto da consciência humana, que vão se revelando, do exterior até o interior”. Que possamos enxegá-las em 2012, então.

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Hamburger em Berlim
“Xingu”, novo filme do paulista Cao Hamburger, vai estar na seleção 2012 do 62º Festival de Berlim (9 a 19 de fevereiro). A divulgação oficial acontece hoje, mas a notícia vazou pelo site “Cinema em Cena”. Tendo já exibido em novembro durante o Amazonas Film Festival, a história conta a história dos indianistas irmãos Villas-Bôas (interpretado por João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat). Na Alemanha, “Xingu” exibirá na mostra “Panorama” a mesma na qual, em 2011, exibiu “Tropa de Elite 2”.

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Veneza 2012
A edição 2012 do Festival de Veneza (entre 31 de agosto a 10 de setembro) será diferente. Ao menos do ponto de vista conceitual. Isso porque semana passada, seu diretor artístico que permanceu mais tempo na função, Marco Mueller, foi substituído depois de oito anos servindo ao festival. Em seu lugar, assume o crítico de cinema e realizador Alberto Barbera, sob uma decisão da coordenação do festival. A mudança causou espanto uma vez que Mueller presidiu o festival num período em que ele se reergeu voltando ao posto entre os três melhores do mundo, ao lado de Berlim e Cannes.

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