À Beira do Abismo
Abisma para morte ou para vitória
Por Luiz Joaquim | 03.02.2012 (sexta-feira)
São raros os filmes de ação que vem de Hollywood sem um pacote marqueteiro pronto para determinar seu sucesso, mesmo ele sendo uma porcaria. “À Beira do Abismo” (Man On a Ledge, EUA, 2011), do dinamarquês Asger Leth, nem é ruim e nem precisa de marketing para mostrar sua competência.
O título é a estreia na direção de um longa de ficção do diretor Asger, que foi assistente de direção e roteirista da famosa brincadeira chamada “As Cinco Obstruções”, bolada por Lars Von Trier em desafio ao pai de Asger, Jorgen Leth, em 2003.
Na produção americana, exceto pela presença de Ed Harris, Asger não conta com atores da primeira grandeza de Hollywood – protagonizam “À Beira do Abismo” Sam Worthington (de “Avatar”) e Jamie Bell (o eterno inglês de “Billie Elliot”). Mas não é por isso – ou é exatamente por isso – que este seu primeiro trabalho não é menos interessante.
A força da história está nela própria. Na situação criada pelo roteiro redondo de venezuelano Pablo F. Fenjves (também estreando no cinema, mas já bastante experiente em filmes para TV). O que há de interessante aqui é a administração das informações fornecidas ao espectador de duas histórias que correm paralelas sobre Nick (Worthington). A do presente, quando ele tenta suicidar-se pulando do 20° andar de um hotel, e a do passado, quando foge da prisão, para onde foi levado por um crime pelo qual se diz inocente.
A pergunta que fica por um bom tempo na cabeça do espectador é, qual a intenção do personagem. Só pelo segundo terço do filme, Asger situa seu espectador. E quando o mistério não tem mais importância, a ação policial toma seu espaço com a mesma competência, não deixando o ritmo esmorecer em nenhum momento. Ritmo, boa história e boas atuações fazem de “À Beira do Abismo” a primeira boa surpresa de 2012 nos cinemas.
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