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Críticas

Tão Forte, Tão Perto

O luto de uma criança

Por Luiz Joaquim | 24.02.2012 (sexta-feira)

Certa vez o romancista Jonathan Safran Foer definiu o 11 de setembro de 2001 simplesmente como “o pior dia”. É dele o romance, de 2005, que deu origem ao filme “Tão Forte, Tão Perto” (Extremely Loud & Incredible Clouse, EUA, 2011), dirigido por Stephen Daldry, e cujo história está vinculada às consequências da queda das torres gêmeas em Nova Iorque.

Não é um vínculo político, mas sim humano. Conta a história de um brilhante menino de 9 anos, Oskar (Thomas Horn), que perdeu o pai (Tom Hanks) quando trabalhava num dos prédios durante a catástrofe. Com uma suspeita de ser portador da Síndrome de Aspergue (com extrema perspcácia, mas dificuldade de interação), Oskar não consegue compreender a lógica daquilo que o separou do pai.

Cada vez mais ensimesmado e distante da mãe (Sandra Bullock), Oskar convive melhor com a avó e com um novo amigo, um inquilino mudo (a presença nobre de Max Von Sydow) em quem consegue confiar. Quando, por acidente, encontra uma chave secreta deixada pelo pai, decide que precisa encontrar que compartimento aquela chave poderia abrir. Segue, então, as pistas deixadas por uma brincadeira que praticava com o pai, a de um encontrar uma quadra em Manhattan que não existe mais.

É curioso como o cerne da história em “Tão Forte, Tão Perto” está ligada ao de “A Invenção de Hugo Cabret”. Se o moleque no fantástico filme de Scorsese inicia um busca em memória do pai de posse de uma fechadura (procurando a chave que ali encaixe), em “Tão Forte…” Oskar tem a chave, mas não sabe o que abrir para fazer durar um pouco mais em sua cabeça a memória de seu pai, que aos poucos vai se apagando.

Talentoso e reconhecido bom diretor de crianças (fez o já clássico “Billy Elliot”, 2000), o diretor Stephen Daldry consegue arrancar o melhor da interpretação do garoto Horn. São do menino os melhores momentos deste filme que, apesar de estratégias quase matemáticas na construção do roteiro, consegue provocar um nó no estômago do espectador ao criar situações tão doloras a um inteligente mas, como deve ser, ingênuo menino de 9 anos.

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