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Críticas

Duelo de Titãs 2 – 3D

Barraco mitológico familiar

Por Luiz Joaquim | 30.03.2012 (sexta-feira)

É quase um pedido de desculpas este “Fúria de Titãs 2 – 3D” (Wrath of The Titans, EUA, 2012) que a Warner Bros. lança hoje nos cinema. Isto porque, há dois anos, quando lançou o primeiro filme (por sua vez uma refilmagem do original “Fúria de Titãs” de 1981) o efeito foi constrangedor. Também exibido em 3D, o filme anterior, dirigido por Louis Leterrier, simplesmente não engatava, nem pela narrativa enfadonha, nem pelas ridículas intenções de tridimensionalidade. Com a produção atual, dirigida por Jonathan Liebesman (de “Invasão dos Mundos: Batalha de Los Angeles”), a Warner oferece aos espectadores algo para manter os olhos bem abertos durante 1h40 de filme.

Até por sabermos que “Fúria de Titãs 2” é mais um produto pelo qual os atores contracenam com praticamente nada ao redor (zero estímulo visual – apenas um fundo totalmente azul para depois entrarem as imagens criadas pelos efeitos CGI) e mesmo com isso temos um resultado dramático interessante, torna-se ainda mais atraente tentar compreender a direção de Liebesman. O mérito desse resultado é, entretanto, todo de uma combinação da direção de atores (marcação de movimentos), com o esforço destes atores (os mesmos do filme 1, exceto por bela Rosamund Pike que interpreta Andrômeda) e mais os efeitos 3D.

É bom pontuar, entretanto, que o roteiro deste “Titãs 2” ainda continua frágil. Assim como seu antecessor, ele foi inspirado no original de 1981, mas seu resultado atual apresenta (exceto pelas lutas) problemas que não parecem problemas, e soluções fáceis demais. E não só por isso. Os conflitos dos deuses e semideuses podem ser resumidos a uma espécie de briga de família suburbana, com a diferença que toda a humanidade é que sofre pelos seus efeitos. Importante reforçar a informação de que aqui há de tudo aqui, menos respeito pela história da mitologia grega.

As ações se passam dez anos após as do filme anterior. Perseu (Sam Worthington) já compreende ter as responsabilidades de um semideus – ele é filho de Zeus (Liam Neeson) -, mas mesmo assim prefere viver como um pescador mortal. Tem um filho, Helius (John Bell) e é para mantê-lo a salvo que se movimenta na trama. O grande perigo está em reavivar Cronos que, se vivo, destruirá a Terra. A ideia de resgatar Cronos é do seu filho Hades (Ralph Fiennes, no mesmo personagem constrangedor do filme anterior) e do seu filho, o malvadão Ares (Edgar Ramirez). Entra também na peleja familiar o primo de Perseu e filho de Poseidon, Agenor (o ótimo Toby Kebbell, ator ainda subestimado, de “Rock’n’Rolla”).

Entre lutas contra gigantescas quimeras, ciclopes, minotauros e outras coisas medonhas, “Fúria de Titãs 2” oferece situações muito bem elaboradas no efeito 3D. Daquelas que – coisa rara – fazem o espectador mexer a cabeça para o lado por conta do bote dado por uma cobra, ou por um pedra que parece passar rente a sua orelha. Divertido.

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