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Geração da velocidade

Câmera clara 271

Por Luiz Joaquim | 05.03.2012 (segunda-feira)

Em uma conversa informal com um jovem estudante de cinema, a prosa derivou para um passado não tão distante. Ali pelo final anos 1980 início dos 1990, quando o número de salas de cinema no Recife era menor (mal chegava a 10) e um filme autoral demorava meses, ou mesmo anos, para chegar numa tela recifense. De memória, naquele período, lembramos que o filme que mais passou tempo para vir do Sudestes ao Recife foi “Asas do Desejo”. O clássico de Wim Wenders, eleito melhor diretor de Cannes em 1987, estreou em São Paulo em 1988, mas só veio a ser exibido no Recife em 1992. Por aqui, entrou em cartaz na verdade em Olinda, no extinto Cine Ribeira, uma simpática sala no subsolo do Centro de Convenções, a época programada pelo crítico de cinema Celso Marconi. Já para ver o filme francês “Nikita: Criada para Matar” (1990), de Luc Besson, o pernambucano precisou esperar 12 meses até ver o título do filme estampado nos letreiros do Cine São Luiz. Hoje ainda há atrasos para certos títulos estrearem no Recife, mas nada tão absurdamente demorados como naquele tempo. Na verdade, hoje (já há algum tempo) há um novo elemento que revolucionou a forma como cinéfilos do mundo inteiro (recifenses inclusos) conhecem os filmes de difícil acesso. Eles os baixam pela Internet. Um exemplo: sexta-feira passada estreou o filme “Drive”, cujo cineasta Nicolas Winding Rfne, assim com Wenders há 25 anos, foi eleito melhor diretor em Cannes 2011. Há sete meses que arquivos em digital de “Drive” circulam pela Internet, e muito gente já tinha vista o filme pela rede mundial bem antes do longa chegar às salas pernambucanas. O que há de positivo e negativo nessa postura constitui-se numa conversa maior, que não cabe nessa coluna. Mas sobre a abundância e o excesso de filmes tão facilmente disponíveis na web e baixadas pelos jovens será o tema do próximo Câmera Clara.

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LEI 12.485/2011
Quando falou no Rio de Janeiro, quinta-feira passada, o presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel (foto), foi ovacionado e aplaudido de pé por suas palavras quando debateu a respeito da lei 12.485/2011. Ela estabelece novas normas para a TV paga no Brasil e garante mais espaço para a produção audiovisual brasileira nestes espaços. “Tem gente por aí com urticária só de ouvir falar que os canais vistos aqui no Brasil precisam ter conteúdo nacional qualificado, e não há nada mais justo que expor nosso conteúdo quando se explora nosso mercado”, com esta frase, Rangel foi saudado pelo público carioca. O presidente da Ancine esteve no Recife nesta sábado, quando falou, no Iphan, para os profissionais do audiovisual locais sobre a minuta das instruções normativas que regulamentarão a lei em questão.

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CANAL BRASIL
O Canal Brasil convida o público para participar do projeto “No Amor” – o primeiro filme colaborativo da TV por assinatura. Dividido em seis capítulos, o episódio de estreia foi produzido por Mariana Marinho com roteiro e direção de Marco Abujamra e já está disponível no site http://www.canalbrasil.com.br. A partir daí, a continuação da história – os capítulos dois a cinco – será feita com a colaboração dos internautas, que poderão enviar vídeos (entre dois e quatro minutos) para participar dessa etapa do projeto, que encerra 15 de março. O filme completo irá ao ar em agosto. No filminho inicial, os atores Bruce Gomlevsky e Julia Carrera (foto) estão no episódio “A Pizza”, um suspense envolvendo um entregador de pizza e sua mulher, um homem morto e uma mala de dinheiro.
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CURITIBA
A produção de cinema em Curitiba anda numa fase produtiva e interessante. Sabedores disso, os produtores da empresa Grafo Audiovisual criaram o Olhar de Cinema: Festival Internacional de Curitiba, que tem inscrições abertas até 20 de março, sem exigência de ineditismo. O evento, que acontece entre 29 de maio e 4 de junho, tem como objetivo “preencher uma lacuna no cenário cinematográfico paranaense e brasileiro”. Prêmios chegam a R$ 10 mil. Para se inscrever, é só acessar o endereço eletrônico do festival http://olhardecinema.com.br/blog.

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