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Geração do excesso

Câmera clara 272

Por Luiz Joaquim | 12.03.2012 (segunda-feira)

Semana passada falamos nesta coluna de como o processo de distribuição e exibição de filmes no mercado foi transformado em relativo pouco tempo – cerca de 20 anos -, tudo impulsionado pela tecnologia. Essa mesma tecnologia também gerou outro fenômeno interessante que mudou (e continua mudando) de uma forma definitiva o processo como as pessoas consomem cinema. Falo do processo de “baixar” filmes pela internet. No Brasil o acesso a rede mundial de dados começou a se popularizar ali pelo final dos anos 1990, mas foi só com a popularização de uma outra ferramenta, a conexão de banda larga, há cerca de quatro anos, que a experiência de buscar aquela obra que você tanto queria ver fosse fácil de conseguir para assistir no seu computador, e em poucos minutos. A experiência tentadora, sedutora, criou um novo hábito que tem menos a ver com a cinefilia e mais com um conceito filosófico chamado “coisificação”. O hábito é o de baixar filmes, todos eles, em números incontáveis, mas nunca ter tempo o suficiente para assisti-los. A “coisificação”, neste caso, está em reduzir a ideia da cinefilia, do amor ao cinema, ao fato de ter uma infinidade de filmes baixados na memória do computador pessoal. É como, fazendo um paralelo, aquele sujeito que, por ter uma vasta biblioteca, acredita ser um sábio. Nada mais equivocado. Há uma generalização que anuncia que nada em excesso é saudável. Seu sentido é correto se este excesso não serve para nada, nem para o simples aprendizado que o excesso é excesso. Não é difícil de imaginar que, muito em breve, baixar filmes e acumulá-los num disco rígido do PC será coisa do passado, e todo esse processo soará ridículo. Quem sabe se, para vermos um filme no futuro, bastará falar alto seu nome na frente de um instrumento e ele imediatamente se materialize, como mágica.

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MÃE E FILHA
O 13º Festival Internacional de Cinema de Las Palmas, no arquipélago atlântico das Canarias, acontece entre 16 e 24 de março, e destaca o cinema emergente de países latino-americanos. O diretor do evento, Cláudio Utrera, divulgou semana passada os 155 títulos que comporão a programação “austera”, nas palavras dele. De todos estes títulos, apenas 15 obras concorrem na seleção oficial. Entre elas está o delicado cearense “Mãe e Filha”, de Petrus Cariry (foto acima), que no Recife pode ser visto em cartaz no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.

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DCP 4K em PE
Numa rede social da internet, o diretor pernambucano, Daniel Aragão, anuncia orgulhoso que aconteceu “a primeira projeção de um filme em DCP 4K [formato digital de altíssima qualidade] feito totalmente em Pernambuco”. E continua: “Preparei e exibi dez minutos do meu próprio filme para o sistema DCP. Testei minha cópia feita na minha empresa em dois sistemas de DCP, o Sony 4k Cinealta e o Doremi DCP 2K4 de um cinema comercial que fica na mesma rua do meu escritório. Estou oferecendo esse serviço pelo menos quatro vezes mais barato que no Rio de Janeiro e São Paulo. Não precisamos mais ir para o Sudeste pra finalizarmos nossos filmes”. Recado dado.
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ROTEIRO
Desejando ampliar a qualidade final dos curtas-metragens, o 1º Curta Teleimage abriu inscrições em dezembro (e continua aberta até esta quinta-feira, dia 15). O prêmio contempla dois roteiros, um de ficção e um de documentário, de até 20 minutos. Os vencedores serão anunciados no dia 16 de abril de 2012 e receberão como prêmio todo o financiamento de finalização de imagem e som. A Fuji Filmes, parceira do prêmio, fornecerá todo o internegativo para o transfer de imagem dos dois curtas, de ficção e de documentário. Para mais informações, acesse www.curtateleimage.com.br, lá estão todas as regras para a inscrição do roteiro e outras informações sobre o concurso.

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