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Críticas

Projeto X: Festa Fora de Controle

Eles só queriam ser legais

Por Luiz Joaquim | 16.03.2012 (sexta-feira)

A maior parte das pessoas que viram um filme sobre uma suposta bruxa que habitava uma floresta, em 1999, criticava aquele falso documentário. Ao mesmo tempo, alguns críticos faziam questão de chamar a atenção para o marco que representava aquele trabalho, fosse pelo modo de realização (inteligente e barato), fosse pela divulgação, atuação e principalmente pela estética. O nome do filme já histórico chama-se “A Bruxa de Blair” e hoje entra em cartaz “Projeto X” (Project X, EUA, 2012), de Nina Nourizadeh. O filme é mais um dos filhotes de “Blair”, embora ninguém lhe dê esse crédito.

Não se trata de uma obra de horror, mas de uma comédia adolescente. E a conexão com “A Bruxa de Blair” está na proposta de registro de toda a história como um documentário involutário. A história se concentra nos amigos Thomas – interpretado pelo ator Thomas Mann (!) -, Costa (Oliver Cooper) e o gordinho J.B. (Jonathan Daniel Brown) além do cameramam Dax (Dax Flame).

O primeiro deles completará 17 anos no mesmo fim de semana em que os pais viajam para longe. Apesar de todas as recomenções do pai de Thomas para ele moderar na pequena reunião que planeja com os amigos para comemorar o aniversário, Thomas faz o oposto.

O pai dele – que considera o próprio filho um idiota (ou “looser”, um ‘perdedor’, que para os americanos tem um carga quase doentia de xingamento) – não imagina que o plano do melhor amigos do filho, Costa, é tornar a festa um fenômeno, para que os três se tornem populares na escola (o eterno dilema do cinema juvenil gringo) e assim consiguam garotas.

E Costa consegue. Manda torpedos coletivos pelo celular, anuncia a festa em três rádios, e convoca, corpo a corpo as meninas mais bonitas da escola, além de um popular estudante atleta. Descontrolada, a festa acontece. E o que deveria agregar 50 pessoas junta 2.000, com direito a garotas peladas na piscina, um anão que vai parar dentro do forno do fogão, o cachorrinho da mãe de Thomas, voando pelo céu amarrado em balões de gás e um traficante incendiário.

O mote lembra outro filme juvenil que nos anos 1980 deixou popular o hoje astro Tom Cruise. Mas o antigo (e bom) “Negócio Arriscado” parece um conto de fadas perto do que este “Projeto X” mostra.

Só uma coisa não mudou, A tentação de romantizar a tudo pela qual são acometidos os roteiristas (ou os estúdios de Hollywood, neste caso, a Warner Bros.) Há no grupo de “loosers” de Thomas, uma inexplicável garota dos sonhos para qualquer rapaz. Kirby (Kirby Bliss Blanton) é amiga dos três garotos, e Thomas quase engata um romance com ela durante a festa, mas uma circunstância, digamos, sexual, estraga seu movimento. Ou seja, o que poderia ser resolvido fácil, não importa num roteiro que só quer divertir. E, convenhamos, este aqui diverte.

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