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Críticas

Protegendo o Inimigo

E a CIA vira uma agência corrupta

Por Luiz Joaquim | 16.03.2012 (sexta-feira)

O diretor suíço, descendente de chilenos, Daniel Espinoza faz sua grande estreia em Hollywood com uma estrela de lá, Denzel Washington, e um garoto fazendo força para se tornar um ator sério, Ryan Reynolds. O filme chama-se “Protegendo o Inimigo” (Safe House, EUA, 2012), e hoje em cartaz no Brasil.

A estreia de Espinoza é audaciosa. É do título original, “casa segura”, que vem o mote de toda a correria deste roteiro que ganha forma de um thriller que busca inspiração nos clássicos. Tem boas cenas de perseguição de carro, tiroteio, correria, renúncia, traição e reviravoltas que incluem uma aliança entre o malvado com o mocinho.

No enredo, Reynolds é Matt, um burocrata da CIA, que trabalha monitorando uma espécie de cela de segurança máxima da instituição na África do Sul. Certo dia, para lá é levado o mais procurado e temido homem da espionagem, o ex-agente Tobin Froste (Washington, em mais um papel de durão relaxado). Ele foi capturado e será interrogado pelos agentes.

Com a invasão da “casa segura” por assassinos em busca de Tobin, Matt passa a sozinho proteger o ex-agente em uma fuga desesperada pela Cidade do Cabo e Joanesburgo. O vigia logo percebe que tem algo de errado no modo como a CIA tem interesse por Tobin e pelo segredo guardado por ele, tornando sua missão mais complexa.

O problema aqui é que já vimos este filme várias vezes e, detalhe, em termos muito melhores. O mais recente, talvez, tenha sido o bom “16 Quadras” (2006), com Bruce Willis, dirigido por um craque na confecção de thrillers, Richard Donner (de “Máquina Mortífera”).

Na verdade, o elemento que depõem contra, empurrando “Protegendo o Inimigo” para baixo esteja mesmo na figura de Reynolds, que não convence como herói. A estrutura de herói que querem impor ao ator não é suficiente para suprir sua cara de bobo, atrapalhando particularmente sua capacidade de convencer em cenas dramáticas. Denzel Washington também não ajuda aqui, quando aparece em seu modo ‘piloto automático’ de durão implacável, mas oco como um manequim de plástico.

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