16o Cine PE (2012) – curtas – dias 3 e 4
Pernambucanos tomam o Cine-PE
Por Luiz Joaquim | 28.04.2012 (sábado)
Hoje, terceira noite deste 16º Cine-PE, tem início a Mostra Pernambuco, exibidindo hoje e amanhã (às 16h com entrada franca no Centro de Convenções) quatro curtas por dia, feitos no Estado. Alguns deles têm a primeiríssima exibição, como o que abre o programa logo mais, “Canção para Minha Irmã”, de Pedro Severien. Trata-se de uma ficção sobre um presidiario (vivido por Tiago de Melo Andrade, o músico Zé Cafofinho) em regime semi-aberto, que vai visitar a irmã (Sandra Possani, de “Cão sem Dono” e “O Som ao Redor”) numa cidade devastada por uma enchente.
“Quando escrevia o roteiro, tinha esse cataclisma causado pelas chuvas na região da Zona da Mata e senti a necessidade de ir ver o que aconteceu, conversar com as pessoas, daí incorporei a tragédia ao filme, com imagens feitas no município de Barreiros”, conta Severien, que ainda salienta a relação da geografia devastada com o trauma humano dos personagens. Ainda na Mostra PE de hoje, há a investida positiva de Marcelo Pedroso com “Corpo Presente”. Aqui ele cria uma atmosfera de suspense e constante interesse, com cirúrgica administração do encadeamento de tomadas – que sabe, poderosas -, a partir da preparação de um corpo para um funeral.
Pedroso está também na competição de hoje, às 20h, com o inédito “Maracatu Atômico”, co-dirigido por Afonso Oliveira. “O filme é um registro do encontro entre Jorge Mautner com o brincante do maracatu, da ciranda e do coco, Zé Duda”, explica Pedroso. “O encontro foi fruto de uma residência artística imersiva que resultou num disco composto e gravado pelos dois”, diz.
Na Mostra de PE de amanhã, a curiosidade recai sobre o “Koster”, de Carla Francine e Germana Pereira. O curta-metragem levou sete anos para chegar a uma tela de cinema. A obra apresenta fragmentos da passagem do viajante inglês Henry Koster em Pernambuco no século 19, relatadas no livro de sua autoria ‘Travels in Brasil'”. Na competição do domingo, concorre a produção paulista “Di Melo: O Imorrível”, dirigida pelo pernambucano Alan Oliveira (com Rubens Pássaro). Conta a vida e a trajetória de Di Melo, que tendo gravado um único disco em 1975 e sumido, reaparece depois de mais de trinta anos.
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