É divertida a ideia criada para “American Pie: O Reencontro” (American Reunian, EUA, 2012), que estreia hoje. Tal ideia se baseia no fato de que hoje, 13 anos após aqueles “incidentes” com o então atrapalhado Jim Levenstein (Jason Biggs) no primeiro “American Pie” (1999), o jovem tornou-se um adulto maduro; ou ao menos se esforçando para agir como um.

É por esse caminho que os novos incidentes acontecem por aqui, quando os velhos amigos do Ensino Médio – Oz (Chris Klein), Kevin (Thomas Ian Nicholas), Finch (Eddie Kaye Thomas) e Stifler (Sean William Scott) – voltam a se encontrar para uma festa que reunirá todos os ex-alunos da turma

Vida madura à parte, a tensão sexual ainda está em pauta na vida de Jim. Isso porque após o nascimento de seu filho com Michelle (Alysson Hannigan), o casal perdeu a libido de um pelo outro. E, apesar do carinho persistir, eles temem pelo curso pelo qual o casamento sem sexo está tomando.

No enredo, à volta à casa do pai (Eugene Levy) para participar de uma festa que o levará ao clima da antiga escola soa para Jim como uma oportunidade de resgatar a paixão pela esposa. A questão é que, uma vez lá, Jim encontra o velho triste pela viuvez que já dura três anos, e decide ajudar o pai a conquistar uma nova mulher. Curioso observar que agora é Jim é o responsável por cuidar das trapalhadas do pai. De certo modo, Jim transformou-se no que era o seu próprio pai.

O bom é que “American Pie: A Reunião” não nos apresenta esta questão na forma de um discurso moral. Jim não ficou careta. Ele apenas entende que ser adulto significa responder pelos seus atos. Na verdade, o filme funciona em três núcleos, e impressiona como eles estão aqui bem amarrados para ressaltar a mesma coisa: maturidade.

Além da crise (e carência) sexual de Jim, mais a solidão de seu velho pai, há ainda todos os amigos de Jim vivendo uma vida adulta incompleta. Oz é um popular apresentador de esportes na TV, mas ainda não formou a família que queria. Kevin é casado, mas não combina totalmente com a esposa. Finch vive uma mentira, se passa por quem não é para impressionar os amigos. E Stifler ainda parece um garoto de 17 anos numa constante disposição para sacanagem e cafajestada.

Ao termino do reencontro no final de semana, após uma série de novas e boas trapalhadas – mas sem apelar para o escatológico como segue uma linha do humor gringo – todos irão perceber algo que os ajudará no amadurecimento. E isso é bom.