Hoje, a partir das 16h e com entrada franca no Cine São Luiz, o Recife terá a chance de pensar sobre si mesmo pela perspectiva do cinema. O grupo “Direitos Urbanos Recife” reuniu uma programação com cerca de 2h30, que inclui dez curtas-metragens e o longa “Um Lugar ao Sol”, de Gabriel Mascaro. Com o título de “1ª Mostra Direitos Urbanos”, os trabalhos serão exibidos, seguidos de um debate por volta das 20h30, para por em questão a ideia de progresso e, particularmente, desenvolvimento urbano local.

Integrante do grupo “Direitos Urbanos Recife”, Ana Paula Portella – que junto a Rutílio de Oliveira, Tathianne Quesado, Eduardo Amorim e Marcelo Pedroso ajudou na produção do evento – explica que a ação tenta colocar o foco do debate sob outra perspectiva, para além das habituais queixas articuladas a respeito da legislação na política urbana da Cidade.

“O cinema pernambucano já vem desenvolvendo essa reflexão há algum tempo, antes do grupo ter sido criado e destes incômodos e ações terem ganhado à proporção que já alcançaram”, comenta Portella. Neste sentido, o painel formado pelos 10 curtas mais o longa-metragem de Mascaro desenham um largo leque de aspectos que ao final da projeção serão discutidos por ele e o colega Marcelo Pedroso, além do professor da Universidade Católica de Pernambuco, Fernando Fontanella e a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, Márcia Larangeira.

No programa, estão lá obras tanto do período mudo pernambucano, como “Veneza Americana” (1925), de Ugo Falângola e J. Cambieri, quanto as pílulas audiovisuais criadas pelo grupo Vurto, como “Recife MD” (2011) e “Desgovernado” (2011). Está lá também uma obra pouca conhecida nos dias de hoje de Kleber Mendonça Filho (“Enjaulado”, 1997), assim como o recente “Recife, Frio” (2010). Os outros trabalhos que enriquecem o tema são “Diários do Coque”, de Maria Pessoa; “[projetotorresgemeas]”, direção coletiva; “Menino Aranha”, de Mariana Lacerda; “Praça Walt Disney”, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira; “Velho Recife Novo”, da Contravento; e “Eiffel”, deste que aqui escreve.