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Festivais

65º Cannes (2012) – abertura

Cannes estende seu tapete vermelho

Por Luiz Joaquim | 16.05.2012 (quarta-feira)

E o ano começa hoje para o cinema. É que logo mais às 20h (15h no horário de Brasília), no Grand Théâtre Lumière, situado na riviera francesa, será projetado “Moonrise Kingdom”, novo filme do norte americano Wes Anderson na cerimônia de abertura do 65º Festival de Cannes. Não importa o que digam, o evento na Côte D’Azur é o mais esperado pela comunidade cinematográfica mundial. Isto porque há décadas que os nomes que surgem na seleção oficial, tornam-se, invariavelmente, referência para a história do cinema.

Entretanto, não é de hoje que apenas uma pequenina parcela dos 21 filmes em competição são de realizadores desconhecidos. Mesmo na abertura, na exibição hors-concours, Cannes já vem flertando há cerca de uma década com Hollywood, durante o qual exibe com forte frequência produções do Tio Sam. Hoje, no tapete vermelho, por exemplo, devem passar os astros Edward Norton, Bruce Willis, Bill Murray, Frances McDormand e Tilda Swinton pela atuação no filme de Wes Anderson, “Moonrise Kingdom”. O longa, a propósito, como diz a sinopse, conta uma atormentada e surpreendente história vivida por um grupo de crianças e adultos durante dias tumultuados no verão de 1965.

Dentre os “medalhões” selecionados para brigar pela Palma de Ouro este ano estão Michael Haneke (“Amour”), vencedor em 2009 com “A Fita Branca”; David Cronenberg (“Cosmópolis”), Leo Carax (“Holy Motors”); Abbas Kiarostami (“Like Someone in Love”); Ken Loach (“The Angels Share”), Palma de Ouro em 2006 por “The Wind that Shakes de Barley”; e Alain Resnais (“Vous N’Avez Encore Rien Viu”), prêmio da crítica e do júri por “Meu Tio da América” em 1980.

Chama atenção também à presença de Jacques Audiard (“De Rouillet et D’Os”), grande prêmio do júri em 2009 por “O Profeta”; o romeno Cristian Mungiu (“Dupã Dealuri”), Palma de Ouro em 2007 por “4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias”; Thomas Vinterberg (“Jagten”), prêmio especial do júri por “Festa de Família” em 1998; do mexicano Carlos Reygadas (“Post Tenebras Lux”), prêmio do júri por “Luz Silenciosa” em 2007; o russo Segei Loznitsa (“V Tumane”), o italiano Matteo Garrone (“Reality”), grande prêmio do júri em 2008 por “Gomorra”; e o brasileiro Walter Salles (“On The Road”).

De estreante por lá que promete destaque há o neozelandês Andrew Domink (“Kiling them Softly”), e o norte-americano Jeff Nichols (“Mud”), com Matthew McConaughey, Reese Witherspoon e Sam Shepard no elenco. Apesar de Walter Salles surgir na relação dos concorrentes, pode dizer que “On the Road” – baseado em obra de Charles Bukowisky – é uma produção estrangeira e não brasileira (o produtor é Francis Ford Coppola com a francesa MK2, é falado em inglês e tem a internacional Alice Braga no elenco secundário).

E o curta brasileiríssimo “O Duplo”, de Juliana Rojas (de “Trabalhar Cansa”) concorre na Semana da Crítica. Um dos juízes que irá ponderar sobre a qualidade de “O Duplo” é o pernambucano Kleber Mendonça Filho, que em 2010 trouxe Bernard Payen, antigo curador da “Semana…” ao Recife para o festival “Janela de Cinema”.

Um pedaço do Brasil está em Cannes nas mostras paralelas “Um Certo Olhar”, com o filme “La Play DC”, co-produção franco-colombiana-brasileira dirigida por Juan Andrés Arango; E “Infância Clandestina”, feito entre a Espanha, Brasil e Argentina, dirigido por Benjamim Ávila, que está na “Quinzena dos Realizadores”. Ainda nesta mostra aparecem os curtas “Os Mortos-Vivos”, de Anita Rocha de Oliveira, e “Porcos Raivosos”, de Isabel Penoni com o pernambucano Leo Sette.

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