Estratégias de atração
Câmera clara
Por Luiz Joaquim | 28.05.2012 (segunda-feira)
Quatro filmes em cartaz no Recife chamam a atenção pelas suas estratégias de atrair o espectadores. São estratégias que definem bem a separação existentes entre os tipos de interesse e objetivos de um cinema que consegue chegar ao mercado internacional. Se “Homens de Preto 3” e “Os Vingadores” apelam, com seus milhões de dólares para uma tonelada de efeitos especiais para emoldurar mega-estrelas de Hollywood em enredos que alteram a adrenalina do público durante a sessão, por outro lado, filmes como “As Neves de Kilimanjaro” e “Shame” (veja horários no roteiro de cinema) se apropriam e se aprofundam em questões humanas que vão além do entretenimento momentâneo. Exatamente por isso, são filmes que permanecem com o espectador dias (ou para sempre) na cabeça do público. As questões são também mais fáceis de identificar conosco ou com alguém perto de você. Essa identificação deixa o filme mais próximo, quase íntimo. Não é o caso de julgar nenhum destas duas estratégias de tipos de cinema, se são melhor ou pior que a oura, elas são apenas legítimas em seu objetivo, e desde que bem realizadas, servem bem a seus propósitos.
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Na Estrada
Quarta-feira passada, “Na Estrada”, filme de Walter Salles exibiu no Festival de Cannes, no qual concorrou a Palma de Ouro. No mesmo dia, a distribuidora de lá, a MK2 organizou o lançamento do filme em 350 cinemas franceses. Isto ajudou a levantar a atenção da obra na mídia por lá, com capa na edição do jornal Le Monde dedicado ao festival, e com um ensáio fotográfico de oito páginas na revista “Première”.
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Ditador
“O Ditador”, novo filme de Sacha Baron Cohen (de “Borat”), que estreia no Brasil dia 20 de julho, teve uma estratégia de divulgação em Cannes que pertubou o trânsito na croissete da cidade. Sacha Baron desfilou por lá caracterizado como seu ditador do filme, montado num camelo e atrapalhando o trânsito local. Depois simulou uma luta livre com uma mulher de biquini num iate. Vale tudo no mercado cinematográfico.
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Godard
A próxima provocação de Godard em forma de filme se chamará “Adeus à Linguagem”. A revista Le Film Français anunciou que a produtora Wild Bunch já negociava em Cannes a pré-venda da obra e que diretor francês está desenvolvendo câmeras portáteis para rodar em 3D. Para Godard, a novidade o interessa exatamente pela regras do “3D” ainda não estarem tão definidas. No enredo do novo trabalho, um casal não consegue mais se comunicar com palavras. Usam, então, um outro método. Aguardemos.
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