35º Guarnicê (2012) – noite 2
Começou a mostra competitiva
Por Luiz Joaquim | 13.06.2012 (quarta-feira)
Dando prosseguimento à 35ª edição do Guarnicê de Cinema, com projeção no Teatro da Cidade em São Luís do Maranhão, foram exibidos na segunda-feira os primeiros filmes em competição.
Antes, no entanto, o festival apresentou no início da tarde “Araweté”, “Bandeiras Verdes” e “Fronteiras de Imagens”, três curtas do cineasta homenageado pelo evento, Murilo Santos. Os dois últimos merecem especial destaque por traçarem um retrato afetivo e duro sobre a questão da luta pela terra no estado, mostrando o embate entre trabalhadores rurais e grileiros, no período que corresponde entre o final da década de1970 e toda década de 1980. Parece estabelecer um diálogo invisível com “Acercadacana”, recente documentário do cineasta pernambucano Felipe Peres.
Entre os curtas em competição, um dos que despertou mais provocações foi o documentário “Estranho Amor”, do Espírito Santo, dirigido por Lúcia Claus. Pretendendo resgatar histórias não casuais de relacionamentos e mesmo com uma limitação técnica evidente, a proposta ganha força por colocar na frente da câmera mulheres contando, entre uma verdade pessoal, a loucura e a encenação, casos de amor platônicos ou efetivados.Temos, então, uma que se diz apaixonada por Chico Buarque e passou a vida tendo sonhos com ele; outra que conta com detalhes como tentou matar o marido inúmeras vezes colocando fogo em casa ou ainda uma que era heterossexual, foi presa, apaixonou-se por uma mulher, quando finalmente conseguiu vencer a barreira do preconceito, terminou se casando com outra.
Merece atenção também os curtas “O Gigante de Papelão”, sobre o artista plástico Sérgio Cezar e o experimental “Dez bonequinhos Pedreiros de dezenove e noventa e nove”, que de maneira irônica conta a história contraditória do surgimento de Brasília ou de qualquer outra metrópole latino americana. Fechando a noite, o bom documentário “As batidas do samba”, de Bebeto Abrantes, agradou o público presente, mostrando a evolução e as grandes revoluções rítmicas da manifestação tipicamente carioca ao longo do século XX. O filme enfoca nos instrumentos de percussão para se firmar como uma proposta essencialmente musical, adentrando rodas de samba, com presença de nomes como Monarco, Wilson das Neves, Moacyr Luz e o grupo Fundo de Quintal.
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