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Festivais

7º CineOP (2012) – abertura

Um festival para a memória

Por Luiz Joaquim | 20.06.2012 (quarta-feira)

Já está estabelecido. Junho é o mês em que se pensa a memória do cinema brasileiro. Isto por conta do sucesso do CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto, promovido pela Universo Produção, que inicia sua sétima edição a partir de amanhã (21/06). Até segunda-feira (25), a mosta apresenta em sessões gratuitas 70 filmes – 15 longas, três médias e 52 curtas – que serão exibidos em 36 sessões por três espaços ouropretanos – o Centro de Artes e Convenções, a Praça Tiradentes e o belo Cine Vila Rica, fundado em 1957, e ainda hoje uma referência entre as salas de exibição que resistiram ao tempo no interior de Minas Gerais.

A diretora da mostra, Raquel Hallak, da Universo Produção, lembra que o evento “coloca novos paradigmas em debate. Tem o propósito refletir a transição da era da película para a era do digital. Coloca em discussão os desafios que se apresentam para o futuro no campo da preservação audiovisual e reafirma ser um fórum colaborativo que pretende contribuir para a construção de uma cultura audiovisual democrática”.

Como lhe é habitual, todos os anos, o CineOP define alguma personalidade para daí desenvolver seus seminários e repensar suas obras. Neste ano, os nomes são Gustavo Dahl (1938-2011), Roberto Farias e Reginaldo Faria. Eles representam diversos campos dessa arte e passearam pelo momentos mais importantes do cinema nacional nos útlimos 50 anos.

“A homenagem aos três realizadores e as discussões sobre suas atividades, iniciadas entre os anos 1950 e 1960, cobre um período de grandes transformações e tensões dentro e fora da tela. Do fim da chanchada à eclosão do Cinema Novo, do desgaste do Cinema Novo ao advento da Embrafilme, do desgaste da Embrafilme à retomada cética nos anos 1990”, adianta Cléber Eduardo, curador da temática histórica da mostra.

Dahl será tema do debate “Gustavo Dahl e a Preservação Audiovisual”, sobre sua atuação na área da preservação, de seu trabalho junto à Cinemateca Brasileira à gestão do Centro Técnico Audiovisual. Já Roberto e Reginaldo terão seus trabalhos analisados na mesa “Os Gêneros dos Irmãos Farias”, que contará com a presença dos dois homenageados e do crítico e pesquisador José Carlos Avellar.

Nas telas, o público poderá acompanhar “O Bravo Guerreiro”, de Gustavo Dahl; “Barra Pesada” e “O Carteiro”, de Reginaldo Faria; e “Cidade Ameaçada”, “O Assalto ao Trem Pagador” e “Pra Frente Brasil”, de Roberto Farias.

Além dos clássicos, o 7º CineOP exibe 64 filmes da produção contemporânea nacional, nos quais aparece o curta-metragem pernambuco “Guerra no Brasil”, de Ionaldo Araújo. Entre os longas-metragens, destaque para “A Cidade é Uma Só?”, de Adirley Queirós; “Dino Cazzola: Uma Filmografia de Brasília”, de Andrea Prates e Cleisson Vidal.

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