Em 1998, o diretor inglês Kirk Jones apareceu para o mundo por meio de um mais que simpático “A Fortuna de Ned”. Nele, toda a população de uma ilha tentava enganar o fiscal do governo para receber o prêmio de bilhete da loteria cujo ganhador morrera de susto. Mostrou talento também na adaptação para “Nanny McPhee: A Babá Encantada” (2005), mas desandou em 2009 na sua estreia nos Estados Unidos, com uma versão para os ianques do sucesso italiano de Giuseppe Tornatore, “Estamos Todos Bem”.

Amanhã (27/07/12) chega aos cinemas “O Que Esperar Quando se Está Esperando” (What to Expect When You`re Expecting, 2012), seu quarto trabalho, segundo nos EUA. Apesar de enclausurado numa camisa de força estrutural sob medida para dar ao espectador tudo o que ele deseja – em particular às grávidas e aos jovens casais -, “O Que Esperar…” oferece oxigênio para se respirar aliviado enquanto o roteiro se desenvolve em torno de cinco futuras mamães e seus respectivos companheiros.

Baseado no livro homônimo de Heide Murkoff, e vendido como obrigatório para as grávidas, o filme apresenta os casais Jules (Cameron Diaz) e Evan (Matthew Morrison); Holly (Jennifer Lopez) e Alex (Rodrigo Santoro); Wendy (Elizabeth Banks) e Gary (Ben Falcone); Skyler (Brooklyn Decker) e Ramsey (Dennis Quaid); e Rosie (Anna Kendrick) e Marco (Chace Crawford).

Tanta gente é mais uma estratégia do livro – que o roteiro do filme resolve muito bem – para dar margem de expor as diversas formas como as mulheres reagem a situação de estarem prestes a se tornarem mãe, seja pela gravidez ou adoção, como é o caso de Holly.

Mas o humor corre leve mesmo na medida em que o foco recai sobre as grávidas e suas transformações. Enquanto Wendy é uma paranóica que romantiza a idéia de se tornar mãe, mas enlouquece de sofrimento com a mudança do corpo, Skyler, a jovem nova esposa de seu rico sogro, engravida de gêmeos, e ainda passeia com um salto 15 centímetros sem nenhum estria para exibir junto com a barriga.

Já Jules e Rosie são surpreendidas com uma gravidez não planejada. A diferença é que a primeira é uma celebridade rica de 36 anos, cujo marido conheceu no programa “Dança das Celebridades”, ao estilo do “Dança dos Famosos”, do Domingão do Faustão; enquanto que a segunda é pobre, tem vinte e poucos anos e sua concepção aconteceu por meio de um único encontro despretensioso.

Jones deixou “O Que Esperar…” tão redondo quanto as barrigas de suas grávidas por conseguir amarrar bem todas as pequenas histórias de tantos personagens, não deixando nenhuma se sobrepor a outra. Há espaço ainda para personagens satélites, como Janice (Rebel Wilson), a ajudante gordinha de Wendy. Ou ainda o grupo “Clube da Luta”, dos pais que dão dicas ao inexperiente personagem de Santoro.

A propósito, Santoro (cuja atuação aqui é apenas ok) concorrem em setembro ao Alma Awards, festival que homenageia atores latinos nos EUA. Seus concorrentes são Diego Boneta, por “Rock of ages”, Benicio Del Toro, por “Savages”, Andy Garcia, por “Greater Glory”, e Martin Sheen, por “The Way”.