O sotaque é um registro cultural extremamente forte e marcante, sempre e em todos os lugares. No Brasil é conhecida a riqueza dessa expressão, mas, ao mesmo tempo, a centralização da indústria audiovisual no Rio de Janeiro e São Paulo dita um padrão, que é carioca e paulista, difundido para todo o País. O exemplo mais concreto está nas telenovelas, que invadem nossas residências todos os dias falando carioquês. Um outro bom exemplo é o crescente número de cópias sendo dubladas (em estúdios cariocas) e nos obrigando a assistir atores ou bichinhos animados falando no tom “ixperto” do Rio de Janeiro. O mais recente exemplo está nas telas com o nome de “A Era do Gelo 4”. O sotaque mais pesado pertence à filha adolescente do mamute Manny. A jovem mamute do filme soa como se estive numa crise em Ipanema. Essa prática tem gerado um fenômeno curioso: o de crianças pequenas, de outras regiões, que já começam a falar com sotaque do Sudeste. Não é difícil encontrar o filho de um amigo, ou um parente próximo ou distante, cujo bebê já balbucia palavras chiando, esticando o “s”, ou com gírias que não são próprias de sua terra natal. É um fenômeno moderno e não necessariamente bom.

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CineCabeça
O longa “Como Nascem os Anjos” (1996), de Murilo Salles, é exibido no CineCabeça – Ação Cineclubista de hoje. No filme, Salles trata da favela com seus contrastes – morro e asfalto, pobreza e riqueza, estrangeiro e o nacional. A sessão acontece no Teatro Arraial, centro do Recife, a partir das 19h e contará com a participação da Marlova Dornelles, socióloga e cineclubista do Nascedouro Cineclube, para debater sobre o tráfico e a violência nas áreas populares.

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VENEZA 2012
A organização do Festival de Veneza anuncia novas mudanças para a edição 2012, em agosto. Além do novo diretor geral (Alberto Barbera), e da primeira edição do mercado de filmes, o evento vai realizar um laboratório de projetos, com o objetivo de estimular a produção de longas-metragens de estreia. Ao final, três projetos serão escolhidos para ser exibido no próprio festival, no futuro.