Numa ação em conjunto entre a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do projeto de extensão Contraplano – Teorias e Práticas Audiovisuais, coordenado pelos professores Laécio Ricardo e Mannu Costa, com a Fundação Joaquim Nabuco, chega ao Recife a Mostra Pierre Perrault. Com exibições no Cinema da Fundação e Sala João Cardoso Ayres, no Derby – de hoje a quinta-feira (30) -, o evento traz ao Brasil a primeira retrospectiva integral do cineasta quebequense, organizada pela associação cultural Balafon, de Minas Gerais, em colaboração com o professor de história e teoria do cinema, o francês Michel Marie (Universidade de Paris 3 Sorbonne Nouvelle).

No Brasil, a mostra estreou no dia 18 de maio, no Rio de Janeiro, e, desde então, já passou por Belo Horizonte, João Pessoa, São Paulo, Porto Alegre e Salvador. Em sua abertura, ela contou com um grande colóquio internacional, reunindo 18 especialistas canadenses, franceses e brasileiros, para a discussão da obra de Perrault. Aqui no Recife, Michel Marie profere às 18h, na Fundaj do Derby, uma conferência “Escolhas de um Cineasta”, sobre a importancia da obra documental do canadense Perrault, hoje considerado no mesmo patamar de Jean Rouch, Chris Marker e Dziga Vertov. A diretora da Balafon, Juliana Araújo, também estará presente.

A mostra exibe toda a obra de Perrault. São mais de 30 filmes de curta, média e longa-metragem, produzidos entre 1958 e 1994, além de dois documentários sobre o cineasta (“Os Traços do Sonho” e “No Vale de Sverdrup”). Com entrada franca (mediante limitação das salas), a mostra apresenta a maioria destes filmes em sua primeira exibição no Brasil.

Do conjunto de títulos disponíveis aqui e em conjunto, emergem temas e ciclos de sua filmografia: a trilogia fundadora da Île-aux-Coudres (formada pelos filmes “Para que o Mundo Prossiga”, “O Reino do Dia” e “Os Carros d’Água”), a busca da identidade coletiva, o ciclo de Abitibi (composto pelos documentários “Um Reino vos Espera”, “O Retorno à Terra”, “Era um quebequense na Bretanha, Senhora!” e “Gente de Abitibi”), o homem e a natureza, o rio Saint-Laurent e a série Au Pays de Neufve-France, que se constitui de treze curtas-metragens roteirizados por Perrault e dirigidos por René Bonnière. Mais infos em www.balafon.org.br