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Reportagens

Festa de 60 anos do São Luiz

Apoio ao cinema pode virar lei

Por Luiz Joaquim | 07.09.2012 (sexta-feira)

Quero voltar a me reunir com a categoria do cinema pernambucano até o próximo ano para juntos elaborarmos um projeto e levar à Assembleia Legislativa. É importante que o apoio que hoje existe por meio de um edital possa virar decreto. Porque nossa produção não pode depender de ciclos no poder”. Foi com estas palavras que o governador Eduardo Campos encerrou a cerimônia de celebração aos 60 anos do cinema São Luiz ontem à noite no palácio da rua da Aurora.

O anúncio – como o CinemaEscrito já divulgara com exclusividade ontem (click no link ao final dessa reportagem – foi testemunhado com um governador ladeado por dezenas de cineastas – convidados pelo cerimonialista – como Fernando Spencer, Fernando Monteiro, Pedro Severien e Kleber Mendonça Filho, entre outros. Todos estavam diante de uma plateia que lotava o auditório aguardando a principal atração da noite, a projeção do filme “O Canto do Mar”, de Alberto Cavalvante, exibido no mesmo São Luiz em 1953.

Eduardo Campos, que entrou no cinema acompanhado de primeira dama Renata Campos ao som de “Moon River”, canção do filme “Bonequinha de Luxo” (ali executada ao vivo pela Banda Sinfônica do Recife), resgatou que foi pela virtude de saber ouvir que promoveu o já histórico encontro no Palácio do Campo das Princesas em 2007 com a categoria do audiovisual. Dali saiu o edital que, como lembrou anteriormente o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, iniciou com R$ 500 mil e hoje é de R$ 11,5 milhões, sendo o 2° maior entre os estados da federação. “O cinema do eixo Rio-São Paulo precisa reconhecer que esse eixo hoje passa por Pernambuco”, salientou o governador.

Antes, Kleber Mendonça, convidado a falar em nome dos cineastas do Estado, dera exemplos concretos do sucesso nacional e internacional da produção local. “Só nos últimos nove meses, Pernambuco esteve nos festivais de Roterdã, Cannes e Gramado. Em breve terá a maior quantidade de filmes de um mesmo Estado na competição do Festival de Brasília. Isso não aconteceu por acidente, mas por uma combinação entre talento, apoio e dinheiro”, conclui o diretor de “O Som ao Redor”. A fala do cineasta corou as do secretário de cultura do Estado, Fernando Duarte, que ressaltou a importância do São Luiz para a formação do pernambucano assim como a necessidade de manter uma programa séria e inclusiva.

Uma noite para não esquecer
Uma das pessoas mais emocionadas na festa de ontem para o São Luiz era o doutor Rildo Saraiva. Ele é o ator que, 60 anos mais jovem, apareceria logo depois na tela do cinema em “O Canto do Mar”, aos 15 anos. “Vejam este filme como uma obra prima do cinema brasileiro. Ele é uma espécie de semi-documentário e teve um lançamento muito controvertido à epoca. Por isso merece ser revisto sempre”, falou com voz embargada no palco do cinema.

A programação do cerimonial iniciou com uma hora de atraso, mas foi só soar os primeiros acordes da trilha sonora do filme “Guerra nas Estrelas”, de John Williams, que a impaciência da plateia foi acalmada. O maestro Neneu Liberalquino, com a Banda Sinfônica do Recife, seleciou um repertório todo pautado em trilhas sonoras. Agradou a com melodias de clássicos conhecido por todos como a de Indiana Jones (também de Williams) e como a da “Pantera Cor-de-Rosa”, de Henry Mancini. Mas não ficou só no óbvio e ofereceu também a bela trilha da animação recente “Os Incríveis”.

Não bastasse o presente para os ouvidos, a produção do cerimonial preparou uma surpesa ao projetar na tela imagens de arquivo da Atlântida Cinematográfica (da qual Severiano Ribeiro foi sócio). As imagens mostravam cenas raríssimas e belas da Avenida Guararapes no centro do Recife, em 1952, para depois mostrar a noite de inauguração do São Luiz, com a presença da sociedade no hall de entrada. As imagens inspiraram Kleber Mendonça a soltar um desejo em sua fala: “Que a próxima prefeitura consiga deixar o centro do Recife a altura do cinema São Luiz”, concluiu.

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