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Festivais

36ª Mostra SP (2012) – abertura

O Sacrifício, de Tarkovsky, abre o evento

Por Luiz Joaquim | 19.10.2012 (sexta-feira)

Até o próximo 1º de novembro, 350 filmes de 60 países serão exibidos em 28 salas dentro da programação da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O evento começa hoje à noite, em sessão para convidados de “No”, produção chilena de Pablo Larrain – entre eles estão o cineasta português Miguel Gomes (diretor de “Tabu”, também na Mostra) e Andrei A. Tarkóvski , que está na Mostra para uma retrospectiva dos filmes do pai, Andrei Tarkóvski (1932-1986). Amanhã, o programa especial começa com exibição de “O Sacrifício”, último filme do cineasta rus­so.

A Mostra encerra com outro clássico, “Nosferatu” (1922), de W. Murnau, obra-prima do expressionismo alemão que completa 90 anos e será exibida em sessão acompanhada de orquestra regida pelo maestro Pierre Oser, que compôs partitura especialmente para o filme. Mais clássicos são “Lawrence da Arábia” (1962) de David Lean, “Coronel Blimp” (1943) de Michael Powell e Emeric Pressburger e “Tubarão” (1975) de Steven Spielberg, todos em cópias restauradas.

Esta é a segunda edição da Mostra sem seu idealizador, Leon Cakoff, que morreu ano passado poucos dias antes do evento. “Redistribuímos funções na equipe e procuramos um novo jeito de trabalhar. Está sendo uma descoberta e um aprendizado”, diz Renata de Almeida, viúva de Cakoff, que durante 22 anos dirigiu o evento ao lado do marido, um projeto que se assemelha ao Festival de Berlim, tanto em grandiosidade quanto pela capacidade de convocar público e se integrar à cidade.

Cakoff continua sendo lembrando não somente por deixar um legado excepcional. Ttambém foi criado um prêmio com seu nome, a ser entregue para três eminentes nomes do cinema mundial: o diretor Abbas Kiarostami (que apresenta seu novo filme, “Um alguém apaixonado”), a atriz Claudia Cardinale (que atua em “O Gebo e a Sombra”, de Manoel de Oliveira) e Domingos Oliveira, que está na programação com três filmes, “É Simonal” (1971), e os novos “Primeiro dia de um Ano Qualquer” e “Paixão e Acaso”.

A recente produção pernam­bucana estará representada em seis produções: na mos­tra competitiva estão os inéditos “Jardim Atlântico”, de Jura Capela; e os documentários “Francisco Brennand”, de Mariana Fortes e “Pernambucanos – o Caribe que nos une”, de Nilton Pereira. Na mostra paralela serão exibidos “Boa Sorte, Meu Amor”, de Daniel Aragão, “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho e “Era uma vez, eu, Verônica”, de Marcelo Gomes.

Renata ressalta a importância da homenagem a Tarkóvski, que em 2012 completou 80 a­nos de nascimento. Além da retrospectiva, haverá uma exposição de 60 fotos no Masp, com polaróides feitas pelo diretor russo (que inclusive compõem o cartaz do evento deste ano), tam­bém reunidas no livro “Tarkóvski – Instantâneos”, editada pela Cosac Naify. No Sesc Augusta, outra exposição traz fo­tos do autobiográfico “O Espelho” (1975), com poemas de seu pai, Arseny.

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