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Festivais

5º Janela (2012) – abertura

Filmes, filmes, filmes

Por Luiz Joaquim | 09.11.2012 (sexta-feira)

A nova geração de cinéfilos da cidade talvez nem tenha a noção da oportunidade que está tendo quando, por este 5º Janela Internacional de Cinema do Recife – que inicia hoje (até 18/11) às 18h no Cine São Luiz -, poderá ver dez clássicos do cinema mundial numa sala portentosa como a da rua da Aurora. Isso por dois aspectos. O primeiro diz respeito ao acesso a filmes como “Rastros de Ódio” (exibe 15/11, às 15h) e “O Leopardo” (exibe 13/11, às 20h) que, muito provavelmente nem mesmos os pais destes novos cinéfilos viram numa sala de cinema. Segundo que são raros os espaços como o palácio do Recife em atividade no mundo.

Tento iniciado em 2008 dedicando-se exclusivamente ao curta-metragem e projetando no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e Cineteatro do Parque, o Janela cresceu seu discurso de lá para cá junto com a cenário cinematográfico local. Com o Cine São Luiz já adquirido e reformado pelo Governo do Estado, com diversos (bons) longas-metragens também patrocinados com recursos estaduais, e com a disponibilidade mundial de títulos clássicos do cinema disponível no formato digital DCP – exibidos por um gigantesco projetor 4K da marca Christie, instalado na cabine do São Luiz exclusivamente para o festival -, o Janela pôde mostrar em 2011 que já tinha ares de grande.

Com um São Luiz estruturalmente ainda deficitário naquele ano, o Janela sofreu problemas sérios para qualquer festival. Um colapso de energia por sobrecarga no quarteirão gerou um atraso de três horas para a sessão de “Spartacus” no domingo, enquanto a projeção com o som comprometido para “Febre do Rato”, em sua abertura, só não foi mais desagradável que o calor do ambiente. A direção da mostra encarou a falha de frente com uma longa carta de desculpas e ratificando sua aposta no Palácio como a casa do festival.

O tino a respeito do espetáculo cinematográfico para resolver os problemas ocasionais do ano passado é o mesmo que os diretores Kleber Mendonça e Emilie Lesclaux usaram para chegar nesta 5a. edição mantendo o mesmo padrão curatorial alcançado em 2011. Importante registrar que se não fosse por essa sintonia com o mundo, o Janela, em 2012 com quase metade dos recursos reduzidos em relação ao ano anterior, não seria tão atraente como se mostra em sua programação atual.

Boa parcela desse atração se dá por conta dos clássicos digitalizados, fáceis de ganhar qualquer espectador sério. Os outros títulos são “Psicose” (amanhã, 22h), “Tubarão” (16/11, às 22h30), “A Noviça Rebelde” (11/11, às 15h30), “O Enigma de Outro Mundo” (15/11, às 22h), “Taxi Driver” (17/11, às 22h), “Lawrence da Arábia” (18/11, às 18h); além de “Veludo Azul” (11/11, às 20h40) e “O Sacrifício” (17/11, às 16h) a serem projetados no velho e bom suporte do 35mm.

O cinema contemporâneo também também não pode ser minimazado. Há obras do calibe de “Tabu” (amanhã, 14h), do português Miguel Gomes, vencedor do prêmio da crítica em Berlim, e “Na Neblina” (16/11, às 15h30) de Sergei Loznitsa, premiado pela crítica em Cannes. Ainda de Loznitsa, que esteve no Recife há duas semanas ministrando curso na Fundação Joaquim Nabuco e veio à cidade em 2010 para o 3º Janela, será exibido “O Milagre de Santo Antônio” (12/11 às 21h).

Entre os nacionais, pode se dizer que o melhor do Festival de Brasília, encerrado há sete semanas, estará no Janela. Entre eles os pernambucanos “Boa Sorte, Meu Amor” (hoje, às 21h30), de Daniel Aragão, “Eles voltam” (16/11, às 20h), de Marcelo Lordello, e “Doméstica” (17/11, às 20h), de Gabriel Mascaro; e também o carioca “Esse Amor que Nos Consome” (15/11, às 19h30), de Allan Ribeiro, e o paulista “O Que se Move” (12/11, às 20h), de Caetano Gotardo.

Não se pode esquecer a mostra Panorama Alemão, oferecida pela German Films e, claro, as sessões de curtas-metragens, que deram início a tudo. Além de um painél do que há de mais interessante no Brasil e no mundo, neste ano haverá mais uma vez a mostra com filmes da Quinzena dos Realizadores (de Cannes) e o projeto Câmera Cidadã, com vídeos publicados na internet.

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